Um miserável pecador salvo por Jesus Cristo!

domingo, 30 de abril de 2017

Casamento

Lições Do Casamento De Um Pastor: Charles e Susannah Spurgeon por Dr. Gerald Bilkes
“Se é verdadeiro de uma maneira geral que ‘O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do SENHOR’, quanto mais no caso dos ministros que são encorajados e auxiliados por suas parceiras na vida. Os membros das igrejas cristãs pouco sabem o quanto eles devem às esposas de seus pastores…” Charles Ray, autor da biografia de Spurgeon.
Você provavelmente não precisa de muita introdução a respeito de Charles Spurgeon, um pastor inglês batista do século 19 que continua sendo influente no meio cristão até hoje e que recebeu o apelido de “Príncipe dos Pregadores.” É difícil sumarizar como foi a vida de um homem como esse, mas aqui estão alguns rápidos fatos sobre ele:
– Ele tanto foi convertido quanto começou a pregar ainda adolescente.
– Ele era o pastor da congregação New Park Street Chapel (posteriormente chamada de Metropolitan Tabernacle) em Londres por 38 anos.
– Durante sua vida, Spurgeon pregou para aproximadamente 10 milhões de pessoas, frequentemente pregando até 10 vezes por semana em diferentes locais. A maior multidão para a qual ele pregou foi de 23,654 pessoas (isso foi antes da época dos amplificadores!).
– No ápice de seu ministério, seus sermões eram publicados diariamente em jornais tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos.
– Ele era um orador tão talentosos que encantava multidões de ouvintes, e era um produtivo autor de diversos tipos livros- sermões, uma autobiografia, comentários, livros de oração, devocionais, revistas, poesia, hinos e outros. Seus sermões eram uma obra de arte em “pensamento penetrante e precisa exposição”. Suas mensagens têm sido consideradas dentre as melhores na literatura cristã.
– Ele foi uma pessoa importante na tradição Batista Reformada, defendendo a Igreja de acordo com a Confissão de Fé Batista de Londres de 1689, se opondo às tendências liberais e pragmáticas de sua época. Foi altamente criticado. Ele estava envolvido em diversas controvérsias com a União Batista da Grã-Bretanha, e eventualmente teve que sair da denominação.
– Ele também é lembrado pelas suas obras de caridade – por exemplo, começou com uma organização chamada “Spurgeon’s”, que atualmente é um ministério global, e também fundou a “Universidade Spurgeon”, a qual recebeu o seu nome após a sua morte.
Mas a esposa de Spurgeon, Susannah, é menos conhecida.
Eu gostaria de começar dando a vocês um breve histórico da vida em comum deles, e depois vou preenchendo as lacunas à medida que damos uma olhada com mais atenção em diversas áreas do casamento que eu acredito que existem lições a serem aprendidas.
Uma Breve Biografia Do Casamento Deles
Em um certo domingo em Dezembro de 1853, Charles Haddon Spurgeon, que na época tinha apenas 19 anos, estava pregando na New Park Street Chapel em Londres. Susannah Thompson não tinha comparecido ao culto da manhã, mas ouviu falar muito bem dos seus amigos sobre o pregador. Para agradá-los e por curiosidade, ela aceitou assistir ao culto vespertino. Na verdade, ela não ficou muito impressionada com o Pastor Spurgeon, achando que ele parecia um pouco fora de moda com seus cabelos longos e mal cortados, seu enorme terno preto de cetim e um lenço azul e branco. Ela comentou, “então essa é a sua famosa eloquência! Não me impressiona. Que maneiras rústicas! Será que ele algum dia vai parar de brincar com esse horrível lenço azul de seda? E o cabelo dele!” Porém, mais tarde, eis o que ela disse sobre esse dia:
Eu considerei comigo mesma quão pouco meus olhos contemplaram a ele que viria a ser o amado da minha vida; Quão pouco eu sonhei sobre a honra que Deus estava preparando para mim no futuro próximo! É apenas por misericórdia que nossas vidas não são deixadas para nós mesmos planejarmos, mas que o nosso Pai escolhe para nós; do contrário nós poderíamos virar as costas para as maiores bênçãos, e afastar de nós os melhores e mais amorosos dons da Sua providência… Oh, como meu coração é vão e tolo! Eu não tive uma mente suficientemente espiritual para compreender sua sincera apresentação do Evangelho e seu poderoso apelo aos pecadores.
Spurgeon eventualmente aceitou o pastorado dessa Igreja, e Susannah o encontrou novamente. Porém nenhum dos dois lembrava-se com detalhes da primeira vez que se viram. Aparentemente Susannah logo superou seus preconceitos e frequentemente ouvia as pregações de Spurgeon. Não foi muito depois dos seus fervorosos chamados ao arrependimento que ela despertou, e atentou para o fato de que o seu próprio estado espiritual estava longe de ser o que deveria. Ela já havia se convertido antes disso, mas então ela percebeu quão relaxada ela havia se tornado. O Senhor Spurgeon deu a ela uma cópia do Peregrino para ajudá-la e também a aconselhou espiritualmente. Ela disse: “eu disse a ele do meu estado diante de Deus e ele gentilmente me guiou, pelas suas pregações, conversas, pelo poder do Espirito Santo para a Cruz de Cristo, para a paz e perdão que a minha alma tanto buscava.” A amizade entre Spurgeon e Susannah cresceu e eventualmente, em Junho de 1854, Charles lhe revelou os seus sentimentos. Em menos de dois meses ele a pediu em casamento. Eles se casaram em Janeiro de 1856 e quase no fim daquele ano vieram os gêmeos. Eles seriam os únicos filhos de Spurgeon.
Logo após o nascimento dos meninos, um dos eventos mais traumáticos do casamento deles ocorreu. Num certo domingo à noite, enquanto a Senhora Spurgeon estava em casa com as crianças, Charles saiu para pregar num casa lotada no Salão de Música. Durante o sermão, alguém gritou, ”Fogo!”. No pânico e tumulto que se seguiu, várias pessoas foram mortas. Spurgeon estava tão emocionalmente devastado com esse evento que ele ficou sem condições de pregar por um tempo. Para piorar, isso trouxe um criticismo público a Spurgeon. Ele selecionou comentários e críticas dos jornais, algo que continuou fazendo durante sua carreira. A família foi embora por um tempo até que ele se recuperasse e conseguisse voltar ao trabalho. Esse evento teve um impacto por toda a vida em Spurgeon.
Os primeiros anos de suas vidas juntos foram felizes e relativamente livres de preocupações. Susannah alegremente passava seu tempo ao lado de seu marido, o acompanhando em muitas de suas viagens para pregar. Mas após 10 anos de casamento, a senhora Spurgeon ficou cronicamente doente e acamada por boa parte do tempo. Ela estava frequentemente tão doente que não conseguia sair de casa para ouvi-lo pregar. Ela fez o melhor que pôde para encorajá-lo e suportá-lo em seu ministério apesar de sua fraqueza, e seguiu adiante criando seus filhos como uma esposa piedosa. Os dois meninos professaram conversão ainda jovens rapazes e foram batizados por seu pai na Igreja Metropolitana Tabernáculo em 1874. Esse comentário de Spugeon é certamente o sentimento de muitos de vocês, que tiveram o privilégio de ver seus filhos serem convertidos: “Nós não tivemos nem a metade da alegria com o nascimento deles quando comparamos com a alegria que tivemos com o novo nascimento deles.”
É impressionante pensar na carga de trabalho que Spurgeon tinha. Uma semana comum para ele incluía escrever, pregar e publicar um sermão semanal; tomar conta de um orfanato, um seminário para pastores, uma casa de misericórdia, nos quais ele estava envolvido em fundar; ler e responder a aproximadamente 500 cartas, e pregar até umas 10 vezes em igrejas que ele ajudou a plantar.
Charles mesmo se tornou muito doente mais tarde. Ele sofreu de gota, o que as vezes era muito doloroso, por mais de 20 anos, mais ou menos a partir dos seus 35 anos. Mais tarde ele foi afastado por semanas ou até meses todos os anos em razão de diversas doenças. E também sofreu períodos de depressão. Spurgeon faleceu relativamente cedo, aos 57 anos, em 1892, após 40 anos de pregação. Susannah ficou viúva por aproximadamente 12 anos, morrendo em 1903.
Lições da vida conjunta deles:
1. Existia um importante aspecto espiritual no relacionamento deles
Isso era como um refrão constante na vida deles. É importante ressaltar esse aspecto antes dos demais pontos porque é a verdadeira explicação para eles conseguirem fazer tanto pelo Senhor mantendo o foco em comum.
Logo no período de corte, Charles e Susannah desenvolveram um desejo pelas coisas espirituais, e isso apenas se aprofundou durante a vida deles juntos. Esse desejo espiritual é evidente, por exemplo, no que Spurgeon escreveu para Susannah antes do casamento: “Querida, comprada pelo sangue do Salvador, você é para mim um presente Dele, e meu coração está transbordante com o pensamento de contínua bondade… o que quer que sobrevenha a nós, problemas ou adversidades, doença ou morte, nós não precisaremos temer uma separação final, seja um do outro, seja do nosso Deus.” É claro pelo escrito que Charles via o relacionamento deles como algo muito mais profundo do que uma simples conexão de sentimentos. Mesmo quando nós desconsideramos um pouco da linguagem Vitoriana romântica comum à época, é notório que Charles via Susannah como um presente de Deus para ele.
Ele procurava ver o relacionamento deles como algo firmado no passado, no sacrifício de Cristo na cruz, e que durasse muito além dessa vida. Susannah certamente contribuiu para esse foco no aspecto espiritual. Enquanto preparava capítulos para a sua autobiografia após a morte dele, ela dizia: “eu estou contemplando e aguardando para ver o meu amado novamente – não como ele era quarenta anos atrás ou até mesmo sete anos atrás, mas como ele será quando eu for chamada para me unir a ele novamente… então eu estou aguardando ansiosa por essa bendita esperança, a gloriosa volta do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo.
Existia uma vulnerabilidade espiritual entre os Spurgeons. Mesmo antes do casamento, Charles escreveu isto para sua futura esposa: “Eu temo não ser tão cheio de amor a Deus como eu costumava ser. Eu lamento meu triste declínio em coisas espirituais. Você e outros podem não ter observado, mas eu agora estou consciente disso… eu te peço, junte as suas orações com as minhas.” Orar um pelo outro era algo muito importante para eles.
Havia outras evidências tangíveis dessa espiritualidade. Eles gastavam tempo lendo juntos: autores como Jonathan Edwards, Richard Baxter, e outros antigos autores Puritanos. Eles até mesmo publicaram uma coleção de Teologia Puritana juntos. Desde o início, o amor espiritual deles era o elo que fortalecia o amor terreno deles. Charles escreveu para Susannah pouco antes de falecer: “seu amor por mim não é um produto apenas da natureza, mas tem sido tão santificado pela graça que tem se tornado uma bênção espiritual para mim.
Esse profundo tom espiritual do casamento deles é evidenciado de várias formas. Tanto os desafios como os sucessos que aguardavam por eles dificilmente seriam alcançados se a conexão entre eles fosse simplesmente pragmática ou apenas emocional. Como veremos repetidamente em diversos aspectos mais adiante, eles eram centrados em Deus antes de serem centrados neles mesmos, e isso deu a eles uma grande estabilidade.
2. Eles apoiaram um ao outro mutuamente na obra do Senhor.
Para Susannah, no início, isso significava abrir mão de Charles devido ao seu trabalho pastoral e de pregação que tanto consumia o seu tempo. Mesmo antes de seu casamento, ela cedo teve que aprender que a obra de Deus vinha primeiro. Seus encontros “românticos” consistiam nas visitas que ele fazia a ela nas segundas-feiras, ele sentava-se e começava a editar seu sermão do dia anterior para que fosse publicado, enquanto isso, ela se sentava ao seu lado em silêncio. Às vezes, ele estava tão concentrado em seu trabalho de pregação, que se Susannah entrasse na igreja, ele não iria nem mesmo reconhecê-la, apertaria-lhe a mão como se fosse uma total estranha.
Uma vez, Charles a levou para o culto onde ele iria pregar o sermão para muitas pessoas. Assim que eles chegaram, eles foram cercados por uma multidão. Susannah teve que trabalhar duro para se manter perto de Charles e para chegar até a porta. De repente, ele entrou por uma porta lateral, deixando Susannah sozinha para tentar fazer o seu caminho através da multidão. Ele já estava sentindo o peso das almas e estava preocupado com a mensagem que ele estava prestes a pregar, e tinha se esquecido dela. Susannah, confusa e irritada, voltou e foi para casa. Ela esperava que sua mãe fosse concordar com ela, mas ela lhe disse sabiamente que o marido que sua filha havia escolhido não era um homem comum, que toda sua vida era absolutamente dedicada a Deus e Seu serviço, e que ela nunca deveria impedi-lo, tentando colocar-se em primeiro lugar em seu coração. Susannah disse mais tarde que um tempo depois de ouvir os bons conselhos de sua mãe, ela começou a aprender com a experiência. Depois do culto Charles veio à procura de Susannah, sem a menor ideia de que a havia ofendido de alguma forma. Susannah diz: “Eu nunca esqueci o que aprendi naquele dia, eu tinha aprendido a minha lição. Não me recordo de nunca mais procurar afirmar o meu direito ao seu tempo e atenção quando qualquer serviço para o Senhor demandasse prioridade.” Em vez de disputar para ser o foco de atenção de Charles, ela tornou-se uma verdadeira parceira no seu ministério.
Susannah era sua guerreira de oração e incentivadora de seu trabalho. Certa vez, uma noite antes de ele pregar, Spurgeon estava trabalhando em uma passagem que ele sentia que o Senhor não havia revelado para ele ainda. Ele trabalhou, orou e estudou, mas não parecia estar chegando a lugar algum. Finalmente Susannah sugeriu que ele fosse para a cama e acordasse mais cedo no dia seguinte para terminar. Durante a noite, Charles começou a falar enquanto dormia, e ele estava falando sobre o texto que ele estava estudando. Susannah não quis acordá-lo e arriscar interromper os seus pensamentos, portanto, ela levantou e suplicou ao Senhor que a ajudasse a se lembrar de tudo que Charles tinha falado de forma tão eloquente, enquanto ele dormia. Na manhã seguinte, ela foi capaz de se lembrar de tudo, e Charles disse-lhe que, de fato, era o próprio significado do texto! Ambos louvaram ao Senhor por tal notável manifestação de Seu poder e amor.
Veja a homenagem que Charles faz à sua esposa nesta carta: “Ninguém sabe como sou grato a Deus por você. Em tudo que eu já fiz para Ele, você tem uma grande parte. Por me fazer tão feliz, você me ajudou a estar apto para o serviço. Nem sequer meio grama de poder já foi perdido para a boa causa por sua culpa. Eu servi ao Senhor muito mais e nunca menos devido à sua doce companhia”.
Charles também apoiava o serviço de sua esposa a Deus. O ministério pelo qual ela é provavelmente mais lembrada é a coleta de um fundo para compra de livros para pastores. Em um verão Charles terminou um volume de “Lições aos meus alunos”, e deu a Susannah para que ela revisasse. Quando ele perguntou o que ela havia achado, ela respondeu: “Eu gostaria de colocar esse livro nas mãos de cada ministro na Inglaterra.” “Então por que não fazê-lo? Quanto você vai dar? “, Charles encorajou. Ele a apoiou financeiramente e de outras formas tanto que, ainda que a Sra. Spurgeon fosse portadora de deficiência física, este ministério decolou e se tornou uma parte importante da sua vida. Vou dar mais alguns detalhes sobre esse projeto dela mais tarde.
3. O casamento deles foi marcado pelo cuidado mútuo e preocupação com o outro.
Susannah disse o seguinte sobre alguns de seus primeiros anos de casamento:
Nós … nos amávamos devotamente…. Todo o meu tempo e força foram gastos para proporcionar bem-estar e felicidade ao meu querido marido. Eu considerava minha alegria e privilégio estar sempre ao seu lado, acompanhando-o em suas viagens de pregação, cuidando dele em suas doenças ocasionais … sempre cuidando dele com o entusiasmo e simpatia que o meu grande amor por ele inspirada. Digo isto, não para sugerir qualquer tipo de mérito da minha parte, mas simplesmente para que eu possa aqui registrar minha profunda gratidão a Deus que me permitiu, por um certo tempo… cercá-lo com todo o cuidado, conforto e afeição que fosse possível para uma esposa proporcionar. Posteriormente Deus ordenou que fosse diferente. Ele considerou apropriado reverter a situação e, por muito tempo, o sofrimento em vez de serviço tornou-se a minha porção diária, e os cuidados de confortar a esposa doente caiu sobre meu amado.
Depois que Susannah ficou doente Charles viajou mais sozinho. Ela diz: “Essas separações foram muito dolorosas para os corações tão ternamente unidos como eram os nossos … (nós) suavizávamos essa dor na medida do possível, por correspondências constantes.” Charles, de fato, escrevia fielmente a ela quando estava fora. Ele considerava a escrita dessas cartas mais do que um dever de amor. Mesmo quando ela lhe pedia que ele usasse o seu tempo para escrever outras correspondências, ele costumava escrever para ela diariamente, exceto quando fazia uma longa viagem de trem. Ele diz em uma nota: “Cada palavra que escrevo é um prazer para mim, muito mais do que poderá ser para você … Não se preocupe por eu escrever tantas cartas.”
Charles também tinha o hábito de, quando ele precisava deixar sua esposa, perguntar o que ele poderia trazer de volta para ela. Ela disse que raramente lhe pediu alguma coisa, mas uma vez, ela brincando respondeu: “Eu gostaria de um anel de opala e um ‘curió cantador’!” Ela escreveu que eles riram juntos sobre seu pedido bem humorado… mas numa quinta-feira à noite, não muito tempo depois, ele chegou em casa da igreja com uma pequena caixa na mão, da qual ele tirou um anel de opala. Ele estava tão surpreso com isso quanto ela. Acontece que uma senhora de idade que ele uma vez havia visitado enviou uma nota para a igreja dizendo que tinha um pequeno presente para a Sra. Spurgeon, perguntando se alguém poderia ir buscar. O secretário particular de Spurgeon foi e voltou com esta caixa. Simplesmente aconteceu de ser o anel. Não muito tempo depois, o Sr. Spurgeon foi visitar uma mulher e seu marido moribundo. A mulher disse que seu “curió” de estimação era muito barulhento para o seu marido, e que estava se perguntando se a Sra. Spurgeon gostaria de tê-lo, especialmente quando Charles tivesse viajando. Charles chegou em casa e a presenteou com o pássaro. Os dois ficaram com o coração transbordando, e Charles brincou com Susannah: “Eu acho que você é uma filha mimada do Pai Celestial, e Ele simplesmente lhe dá tudo o que você pede.”
Em um certo momento, quando Susannah estava muito doente, Charles tomou sobre si a tarefa de mobiliar e preparar sua nova casa para ela. Ele tentou fazer tudo de tal forma a agradá-la e tornar a vida mais fácil para ela. Ouça o que ele escreve a ela em uma carta: “Primeiro fui a Finsbury para comprar o guarda-roupa, uma beleza. Eu espero que você viva um longo tempo para pendurar suas roupas nele, cada fio delas é precioso para mim por sua causa, querida… Comprei também uma mesa para você, caso você queira ficar na cama. Ela sobe ou desce por um parafuso, e também rola de lado, de modo a passar por cima da cama, e então ela tem uma aba para um livro ou papel, de modo que minha querida poderá ler ou escrever confortavelmente, enquanto deitada. Eu não podia resistir ao prazer de fazer este pequeno presente …”. Mais tarde, ela escreveu sobre quando viu o que ele tinha preparado para ela: “Ele tinha pensado em tudo!”
4. A vida deles foi caracterizada pelo temor a Deus, e não aos homens.
Charles entendia quão sagrada era a tarefa da pregação. Ele disse, em 1858, enquanto um jovem pregador, “Eu posso afirmar, e Deus é minha testemunha, que eu nunca temi a face de homem…mas eu frequentemente tremo – na verdade, eu sempre tremo – subir ao púlpito, e não pregar fielmente o evangelho a pobres pecadores perdidos… Ocupar o púlpito não é coisa de criança; aquele que acha que é deverá achar algo mais temível do que o jogo do Diabo no dia do julgamento vindouro.
Um pouco mais tarde, em 1883, ele disse: “Eu tenho pregado o evangelho agora por mais de trinta anos e… frequentemente, quando subo ao púlpito, eu sinto meus joelhos baterem um no outro, não que eu tenha medo de qualquer um dos meus ouvintes, mas eu penso na prestação de contas que devo a Deus, se eu preguei a Sua Palavra fielmente ou não.
Apesar de ter sido incrivelmente bem-sucedido como pastor, Charles viu que verdadeiros resultados no ministério vinham apenas de Deus, e que, de fato, ser muito amado e admirado poderia ser algo perigoso. Veja o que ele disse certa vez: “Eu não espero ver tantas conversões nesse lugar como eu vi um ano atrás, quando eu tinha bem menos ouvintes… um anos atrás eu era insultado por todos… mas Deus me deu centenas de almas… eu não espero ver isso agora. Meu nome é de certa forma estimado… isto me faz temer, para que Deus não me esqueça enquanto o mundo me estima.”
Nos domingos à noite Susannah lia para Charles – e quando ele sentia que não tinha sido um pregador tão fiel quanto ele deveria ter sido naquele dia, ele pedia a ela para ler uma parte do livro de Richard Baxter, O Pastor Aprovado. Enquanto ela lia, dizia Susannah, ela era frequentemente interrompida pelos soluços dele, até que a sua própria voz também falhava de emoção e simpatia, e ela chorava com ele – ele estava chorando porque sua consciência estava aflita com os seus fracassos; e ela, porque o amava e queria compartilhar da tristeza dele.
Esse temor a Deus que era tão evidente na vida de Spurgeon como pastor era certamente um antídoto contra o temor a homens. Isso foi algo que alguém escreveu sobre ele após a sua morte: “Um homem tão maravilhoso, e ao mesmo tempo tão simples… ele não se preocupava com a opinião humana… nós nunca conhecemos um homem público que pensasse tão pouco sobre si mesmo, pois acima de qualquer outra coisa, sua única ambição parecia ser “Como posso exaltar meu Deus?” Eu mencionei anteriormente que Charles esteve envolvido em controvérsias e teve que lidar com muito criticismo durante sua vida de pregação. E muitos dos que o criticaram o fizeram de forma escrita. Susannah admitiu mais tarde que esses ataques foram uma grande aflição que ela teve que suportar. A fim de encorajá-lo, ela tinha os seguintes versos impressos e postos numa moldura para ele: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” Eles penduraram esse texto no quarto deles, onde Spurgeon poderia lê-lo todos os dias pela manhã e ser fortalecido com isso. Outro texto que estava no quarto deles era: “provei-te na fornalha da aflição”. Essa perspectiva bíblica certamente os ajudou a focar seus olhos não no mundo dos homens, mas no Deus a quem eles serviam.
5. Charles e Susannah viveram uma vida generosa, confiando na generosidade de Deus.
Após o casamento, Charles e Susannah estabeleceram uma casa muito modesta e viveram de forma bem econômica. Charles já queria ajudar jovens rapazes no ministério, então das suas economias eles contribuíam financeiramente para suportar e treinar tais jovens – desse pequeno começo, eventualmente surgiu a Universidade para Pastor. Susannah dizia que dividia a alegria de seu esposo em começar esse trabalho, e eles planejaram e economizaram juntos para que a obra continuasse. Ela disse que eles tiveram um tempo bem apertado financeiramente, mas depois eles viram que essa tinha sido a forma de Deus prepará-los para ajudar jovens pastores nos anos seguintes. As vezes eles mal tinham dinheiro para as coisas básicas.
Charles queria fazer mais do que ajudar jovens rapazes. Ele também amava ajudar viúvas que precisavam de proteção e crianças que precisavam de educação. Ele construiu uma casa de misericórdia e um orfanato, financiando muito do sistema de aquecimento, luz e outras despesas com seu próprio dinheiro até que o auxílio chegasse de outro local. A atitude dele era a de procurar diversas formas de servir ao próximo, e não esperar que oportunidades chegassem até ele. Ele também encorajava a sua igreja a criar novos ministérios. Eis o que ele certa vez disse à sua congregação: “Queridos amigos, nós somos uma grande igreja, e nós deveríamos estar fazendo mais pelo Senhor nessa grande cidade. Eu quero que nós, hoje, possamos pedir a Deus que ele nos envie novos trabalhos; e se nós precisamos de dinheiro para seguir adiante, oremos para que os meios também sejam enviados.
É encorajador ver como Deus recompensou esse espírito confiante e generoso da família Spurgeon. Após alguns anos de casamento, quando eles já tinham vivido numa pequena casa por vários anos, foi decidido que eles precisavam de uma casa maior, com um espaço para um grande biblioteca. Alguns do amigos ricos de Spurgeon, que o conheciam o suficiente para saber que eles levavam uma vida muito generosa com o dinheiro, muitas vezes dando cada centavo que sobrava para uma daquelas causas que eles amavam, decidiram que não era justo que os Spurgeons assumissem o custo de uma nova casa, e concordaram em arcar com a maioria das despesas como forma de apreciação por eles.
Eu já mencionei o início do Fundo para compra de livros da senhora Spurgeon. À medida que a ideia de colocar uma cópia do livro de Charles na mão de outras pessoas veio à sua mente, ela lembrou que havia coletado pedaços de coroa por algum tempo e que eles estavam guardados numa pequena gaveta no andar de cima. Ela foi buscá-los e ao contá-los sua soma era exatamente o valor correspondente a 100 cópias do livro. Ela disse que se sentiu qualquer arrependimento de ter se desfeito de sua coleção, tal sentimento se dissipou rapidamente, e ela doou livre e agradecidamente ao Senhor – e naquele momento seu Fundo para compra de livros surgiu. Pobres ministros foram convidados a pedirem uma cópia do livro, e ela recebeu muito mais que 100 pedidos. Ela terminou doando 200 cópias. Mais tarde outros livros também foram distribuídos. Existem muitas histórias interessantes sobre doadores muito generosos que apareceram – os Spurgeons nunca pediram dinheiro, eles esperavam que o Senhor movesse corações que livremente contribuíssem com a obra.
Susannah escreveu sobre esse fundo de reservas em 1877: “O Fundo para compra de livros tem sido nutrido e alimentado pelo tesouro do Rei, e eu tenho que me gloriar no senhor pois todas as coisas necessárias para a continuação da obra tem tão somente carregado a estampa do mérito divino. Eu digo isso porque eu nunca pedi a ajuda de alguém senão a Dele, nunca solicitei doações de qualquer criatura, e mesmo assim dinheiro sempre veio e provisão constantemente vem no momento e quantidade necessário.
Ela escreveu muito sobre esse fundo, logo, você pode ler mais a respeito caso deseje – mas só para dar uma ideia do tamanho desse ministério, seu último relatório anual de trabalho, dos anos de 1901 e 1902, mostraram que nos 27 anos em que ela fez isso, 199.315 valiosos livros teológicos tinham sido colocados nas mãos de pregadores que eram pobres para comprá-los. Essa foi uma obra conquistada por uma senhora inválida, e ela continuou a fazê-la mesmo após a morte de Charles.
Eventualmente um amigo deu a Susannah certo dinheiro para ajudar os pobres, e com o seu marido e outros amigos também colaborando, foi criado o Fundo de Auxilio Pastoral. Mais tarde, dois amigos deram a ela dinheiro para começar a distribuir uma revista, A espada e a pá, para ministros que não tinham condições de adquiri-la. E então seu ministério continuou, e os Spurgeons tiveram muitas oportunidades de ver a mão maravilhosa de Deus provendo recursos para os trabalhos as vezes de maneira até miraculosa.
Essa citação de Charles parece resumir a atitude que os Spurgeons tinham sobre o ministério que eles levavam com o mundo ao redor deles: “Quando você lamentar a iniquidade do mundo, não deixe as suas emoções terminarem em lágrimas; mero choro não fará nada sem ação. Fiquem de pé, vós que tendes voz e conhecimento, vá e pregue o evangelho, pregue em cada rua e canto dessa grande cidade; vós que tendes riquezas, vá e use-as com os pobres, doentes, necessitados, com os que estão à beira da morte, os analfabetos, e os ignorantes; vós que tendes poder de oração, vá e ore; vós que sabeis manusear a caneta, vá e escreva as iniquidades cometidas – cada homem no seu posto, cada um com a sua arma nesse dia de batalha; agora por Deus e por sua verdade; por Deus e pelo o que é justo; que cada um de nós que conhecemos o Senhor possamos lutar usando o Seu estandarte!

Via:http://mararegis.com.br/reflexao-gerald-bilkes-licoes-do-casamento-de-um-pastor-charles-e-susannah-spurgeon/

Maxon Nogueira
SoliDeoGloria

Orgulho Espiritual

 Jonathan Edwards
Humilhação espiritual é o sentimento que tem o cristão de quanto é insuficiente e detestável, levando-o a rebaixar-se e exaltar somente a Deus. Ao mesmo tempo, há um outro tipo de humilhação que podemos chamar de humilhação legal. Humilhação legal é uma experiência que somente os incrédulos podem ter. A lei de Deus opera em suas consciências, fazendo com que percebam quão pecaminosos e inúteis são. Entretanto, não vêem a natureza odiosa do pecado, nem renunciam o pecado em seus corações, nem se rendem a Deus. Sentem-se como que forçados a serem humildes, mas não têm humildade. Sentem o que todas as pessoas más e diabólicas sentirão no Dia do Juízo – condenados, humilhados e forçados a admitir que Deus está certo, porém continuam não convertidos.
Humilhação espiritual, por outro lado, brota do sentido que o verdadeiro cristão tem da beleza e glória da santidade de Deus. Faz com que sinta quão vil e desprezível é em si mesmo devido à sua iniqüidade. Leva-o a se prostrar voluntária e alegremente perante os pés de Deus, negando a si mesmo e renunciando a seus pecados.
Humilhação espiritual é da essência da verdadeira religião. Aqueles que carecem dela não são cristãos verdadeiros, não importa quão maravilhosas possam ser suas experiências.
As Escrituras são bem completas em seu testemunho da necessidade dessa humilhação: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os de espírito oprimido” (Sal. 34:18). “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus” (Sal. 51:17). “Assim diz o Senhor: o céu é o meu trono, a terra o estrado dos meus pés … mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito, e que treme da minha palavra” (Is. 66:1-2). “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mat. 5:3). Vejam também a parábola do fariseu e do publicano, Luc. 18:9-14.
Humilhação espiritual é a essência da auto-negação cristã. Consiste em duas partes. Primeiro, um homem deve negar suas inclinações mundanas e renunciar a todos os prazeres pecaminosos. Em segundo lugar, deve negar à sua natural concentração em si mesmo e auto-afirmação. Essa segunda parte é a mais fácil de realizar. Muitos fizeram a primeira sem atingir a segunda; rejeitaram os prazeres físicos, somente para sentir o prazer diabólico do orgulho.
É claro, hipócritas orgulhosos fingem ser humildes, porém geralmente interpretam mal esse papel. Sua humildade geralmente consiste em dizer aos outros como são humildes. Dizem coisas como: “Sou o menor de todos os santos”, “Sou uma pobre e vil criatura”, “Meu coração é pior que o diabo”, etc. Dizem essas coisas e ainda assim esperam que os outros os vejam como santos notáveis. Se outra pessoa dissesse sobre o hipócrita as mesmas coisas que ele diz sobre si mesmo, como ficaria ofendido!
Orgulho espiritual pode ser muito sutil, disfarçando-se como humildade, mas existem dois sinais que evidenciam sua presença:
(i) O homem orgulhoso compara a si mesmo com os outros nas coisas espirituais, e tem uma opinião exaltada sobre si mesmo. Está ansioso por liderança entre o povo de Deus, e deseja que sua opinião seja lei para todos. Quer que os outros cristãos tenham-no como exemplo e o sigam em questões de religião.
O homem verdadeiramente humilde é o oposto disso. Sua humildade faz com que pense que os outros são melhores do que ele mesmo (Fil. 2:3). Não é normal que tome sobre si mesmo o posto do professor, pois pensa que outros estão mais preparados que ele, como fez Moisés (Ex. 3:11-4:7). Está mais ansioso por ouvir do que por falar (Tg. 1:19). E quando fala, não é de modo ousado e auto-confíante, e sim com temor. Não aprecia exercer poder sobre os outros, preferindo seguir a liderar.
(ii) Outro sinal certo de orgulho espiritual é que o homem orgulhoso tende a pensar muito bem de sua humildade, enquanto o homem verdadeiramente humilde pensa que é muito orgulhoso!
Isso decorre de o homem orgulhoso e o humilde terem diferentes pontos de vista sobre si mesmos. Medimos a humilhação de um homem por nossos pontos de vista sobre a dignidade e grandeza que lhes são próprias. Se um rei se ajoelhasse para tirar o sapato de outro rei, consideraríamos isso um ato de rebaixar a si mesmo, assim como sentiria o rei que o tirou. Em contraste, se um escravo se ajoelhasse para remover o sapato de um rei, ninguém pensaria ter sido esse um ato de grande rebaixamento, ou sinal de grande humildade. O próprio escravo não pensaria isso, a não ser que fosse ridiculamente cheio de si. Se depois o escravo saísse alardeando da grande humildade que demonstrou ao remover o sapato do rei, todos ririam dele! “Quem você pensa que é, diriam, para supor ter sido humilde ao tirar o sapato do rei?”
O homem orgulhoso é como o escravo cheio de si. Pensa ser um grande sinal de humildade confessar sua indignidade perante Deus. Isso decorre de ter um alto conceito de si mesmo. Quão humilde ele é ao confessar sua indignidade! Se tivesse uma visão apropriada de si mesmo, iria antes se sentir admirado e envergonhado de não ser mais humilde perante Deus.
O homem verdadeiramente humilde nunca sente que se rebaixou o suficiente perante Deus. Sente que não importa quanto se proste, poderia prostrar-se ainda mais.
Sempre sente que está acima de sua posição própria perante Deus. Olha para sua posição e para aquela onde deveria estar, e parece estar a uma grande distância dessa. Chama à distância “orgulho”. É seu orgulho que lhe parece ser grande, não sua humildade. Não parece para ele ser um grande sinal de sua humildade que se deite no pó aos pés de Deus. Ele pensa que é exatamente onde deve estar.
Leitor, não se esqueça de aplicar estas coisas a você mesmo. Acaso você fica ofendido quando alguém pensa que é um cristão melhor do que qualquer outro? Pensa que essa pessoa é orgulhosa e que você é mais humilde que ela? Então tenha cuidado, caso que se torne orgulhoso de sua humildade! Examine a si mesmo. Se concluir, “Parece-me que ninguém é tão pecador quanto eu”, não fique satisfeito com isso. Você pensa ser melhor do que os outros por admitir que é tão pecador? Tem uma alta opinião dessa sua humildade? Se você diz: “Não, eu não tenho uma opinião elevada de minha humildade, penso que sou tão orgulhoso quanto o diabo’”, então examine-se de novo. Porventura você está orgulhoso do fato que não tem uma opinião elevada sobre sua humildade? Você pode ter orgulho de admitir quão orgulhoso você é!

Via: 
http://mararegis.com.br/reflexao-jonathan-edwards-orgulho-espiritual/

Maxon Nogueira
SoliDeoGloria


A quem você está imitando?

Por Olivar Alves Pereira
Leia Ef 5.1

Quando um pai me procura angustiado porque seu filho quer por um brinco, piercing ou fazer uma tatuagem, fico preocupado também. Não tanto com esses adereços, que particularmente eu não os poria em mim, mas, com o que está por trás de tudo isso. E o que é que está por trás disso? Imitação. Quando um adolescente ou jovem quer fazer alguma dessas coisas (ainda que ele não admita) está imitando alguém. Um dia ele viu alguém com esses adereços e “curtiu” a ideia de fazer isso também em seu corpo. Essa ideia não é originalmente dele. Assim sendo, ele está imitando alguém.
Não há problema algum em imitarmos alguém. Todos nós imitamos alguém. O problema está em imitarmos alguém que não deve ser imitado. Esse é o problema. É isso que os pais devem perguntar aos seus filhos e procurar encontrar quem é o modelo que ele está seguindo. Essa é a pergunta que nós devemos fazer sempre para nós mesmos, ou seja, a quem estamos imitando, essa pessoa está imitando quem?
Aqui em Ef 5.1 Paulo aponta o modelo para todos nós: “Sede imitadores de Deus como filhos amados”.
Em 1Co 4.16 ele diz: “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores”.
Em 1Co 11.1: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo”.
Em Fp 3.17: “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós”.
Por conta dessas palavras, Paulo é tido por muitos como arrogante, presunçoso e moralista. Certa vez ouvi de um professor no seminário, que o grande mestre e pregador, Dr. Russel Shedd enquanto ensinava seus alunos no seminário sobre essas palavras de Paulo, foi interrompido por um deles que disse: “Professor, mas, Paulo tinha muita coragem para dizer uma coisa dessas, não é mesmo?”. O Dr. Shedd com uma mansidão que lhe é própria respondeu: “Você não tem essa mesma coragem?”.
Esse fato nos mostra o quanto nós somos covardes e nos contentamos com a mediocridade. Por que não conseguimos atingir uma meta, julgamos que ela é impossível de ser atingida pelos demais. Você mesmo, já não se pegou algumas vezes frustrado por não ter atingido uma meta e torcendo para que ninguém também conseguisse, e quando viu alguém conseguindo, ficou desdenhando do feito dessa pessoa? Creio que todos nós já tivemos uma experiência lamentável como essa, não é mesmo?
Mas, voltando para o que Paulo disse nestes versos citados, é muito importante observar que ele em momento algum está se tomando como “modelo final”, ou seja, como o único padrão para todos. Antes, o que ele está nos mostrando é que ele deve ser imitado como discípulo de Cristo, porque ele seguia a Cristo. Cristo é o modelo final para todos os crentes. O que as pessoas devem ver em mim e em você é que nós estamos imitando a Cristo. Você e eu não conseguiremos ser perfeitos nesta vida, mas, devemos ser exemplos de pessoas que buscam a perfeição em Cristo, porque Ele é perfeito.
É lamentável ver como nos satisfazemos com a mediocridade. Se um alvo é difícil de ser alcançado, não só nos acomodamos na mediocridade como também criticamos e atacamos aqueles que têm conseguido melhor progresso que nós.
O nosso modelo é o próprio Deus. Ele é a “fôrma”, o molde, o padrão. E em nossa busca por imitarmos a Deus como filhos amados, devemos ser exemplos para os demais, devemos mostrar-lhes que essa é a vontade de Deus para os Seus filhos.   Em Ef 4.1 Paulo diz que esse é o “modo digno da vocação” à qual fomos chamados. Em Fp 3.12 ele declara que não alcançou a perfeição, mas, que prosseguia firme nesse propósito, porque este era o propósito de Deus para sua vida.
Por esse razão, para alcançar o propósito de Deus para sua vida, Paulo compreendeu que ele precisava viver em conformidade, seguindo o modelo e o padrão de Deus.
Diante de tudo isso eu lhe pergunto: a quem você está imitando?   Quem são os seus modelos? Quem é sua referência de conduta?
Como disse no começo, imitar alguém não é pecado. O problema é saber se aquele a quem você está imitando tem Deus como referência e molde para si mesmo. Paulo ordenou que todos o imitassem porque ele imitava a Cristo.

Implicações e Aplicações Práticas
Toda vez que Deus nos dá uma ordem é porque Ele tem algo bom para nós. O fato Dele proibir-nos alguma coisa ou de nos ordenar afirmativamente algo é porque Ele tem algo muito bom para nossa vida. Então, porque Deus lhe manda em Sua Palavra imitá-Lo?

1) Para livrar você da idolatria
No Sl 115. 3 e 4 o salmista contrasta Deus com os ídolos. De Deus ele diz: “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada” (v.3). Dos ídolos ele diz: “Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos dos homens” (v.4), ou seja, mesmo que eles sejam feitos com os metais mais preciosos desse mundo isso não muda a realidade de que eles não passam de objetos feitos pelos homens.
Quando você imita os seus ídolos você está imitando o que outras pessoas fizeram. Que originalidade há nisso? É interessante notar que todos querem ser originais não é mesmo? Mas, se estão imitando seus ídolos que originalidade é essa? Na verdade, isso não passa de uma réplica de algo falso e vazio. Por isso essas pessoas são vazias.

2) Para fazer você viver de verdade
No Sl 115. 5-7 o salmista descreve os ídolos: “Têm boca e não falam; têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram. Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta”. Essa é a descrição exata de algo morto, sem vida.
Agora veja o que o salmista fala sobre os que adoram esses ídolos no v.8: “Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam”. A conclusão óbvia é que você se tornará igual àquele a quem você quer imitar.
Um jovem com um corte de cabelo extravagante está imitando um “ídolo”. Adolescentes que se envolvem em namoros e resolvem passar dos limites na intimidade rendendo-se ao sexo antes do casamento, de alguma forma estão copiando o modelo de alguém que geralmente está na mídia, cuja vida é vazia de sentido.
Agora, preste atenção ao Sl 115.8. Se os ídolos não têm vida (tanto as imagens esculpidas pelos artesãos, como pessoas que são vazias em seus corações) quem os ama também não tem vida. Não passa de uma cópia fajuta de algo falso.
Porém, se você imitar a Deus, andará do modo digno que Ele preparou para você e assim você experimentará a vida verdadeira. Viverá de verdade e não será uma cópia pífia de alguém ou algo vazio e tão pífio quanto.

3) Para que você  seja original
Toda vez que uma pessoa lança uma moda, ela quer ser original, ou seja, quer que todo mundo a imite, mas, ela mesma não quer imitar ninguém, porque imitar alguém é não ser original.
Seja quem for que você estiver tentando ser, você não está sendo nem um pouco original senão estiver imitando a Deus como um filho amado. Simplesmente, você está copiando Adão e Eva, e todos os seus descendentes pecadores e caídos. Qual a originalidade disso?
Somente quando você for um imitador de Deus como um filho amado, você será diferente de todos, e, com certeza, original. Você será o modelo do padrão de vida mais elevado que existe – a vida com Deus. E é para ser esse modelo que Deus chama você. Particularmente, não consigo ver um sentido, propósito para a minha vida maior que este.

Conclusão
Se for para ser um imitador, que seja do melhor: Deus!


Mensagem pregada na Igreja Presbiteriana no Jardim Sul, São José dos Campos em 04/09/2011

via:http://www.noutesia.com.br/168/

Maxon Nogueira
SoliDeoGloria

sábado, 29 de abril de 2017

Os pais da Igreja eram contra o culto às imagens

Reflexões sobre catolicismo romano, teologia, devocionais, história e (um pouco de) política
7 de março de 2015

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Na imaginação fértil dos papistas, a Igreja primitiva se reunia em templos enormes, luxuosos e deslumbrantes (além de extremamente caros), que estavam repletos de imagens de escultura dos “santos” canonizados pelo “papa” Pedro, e os primeiros cristãos se prostravam diante destes pedaços de pau e de pedra e cultuavam uma imagem morta, pedindo a intercessão do pai Abraão, rezando a Moisés, invocando a alma de Maria e venerando os defuntos.

Certo. Que os papistas são craques em fantasia, isso nós já sabemos. Mas que evidências temos (além da própria Bíblia, evidentemente) de que os primeiros cristãos não cultuavam imagens de escultura em seus templos? Há uma multidão de evidências, extraídas daqueles que são chamados “Pais da Igreja”, sim, aqueles mesmos que os papistas acham que eram católicos romanos (risos). Não há absolutamente nenhuma evidência patrística, nos primeiros três séculos de Igreja, de que os cristãos costumavam cultuar imagens de escultura em templos religiosos.

Eu já li muitos escritos dos Pais da Igreja, já consultei muitos sites católicos que tentam fazer mágica para distorcer textos simples e plantam até bananeira para provar o contrário, mas até hoje não vi um único texto – nada mesmo – que prove isso. Nada de nada. As “evidências” católicas são de data posterior à época em que o Cristianismo se tornou a religião oficial do império romano (trataremos disso em um segundo), mas, antes disso, há um verdadeiro arsenal de textos que contradizem esta prática pagã e, consequentemente, romana. Analisaremos alguns deles.

Comecemos com Irineu de Lyon (130-202), que, contra os gnósticos, dizia:

“Denominam-se gnósticos. Eles também possuem imagens, algumas delas pintadas, e outras formadas a partir de diferentes tipos de materiais; e afirmam que uma imagem de Cristo foi feita por Pilatos no tempo em que Jesus viveu entre eles. E coroam estas imagens e as expõem com as imagens dos filósofos do mundo, a saber, com as imagens de Pitágoras, de Platão, de Aristóteles e de outros. Eles têm também outras formas de honrar estas imagens, precisamente como os pagãos[1]

Irineu relata a honraria prestada pelos gnósticos às suas imagens não como algo comum ou já praticável pela igreja da época, mas, ao contrário, como algo inusitado, estranho, incomum. Ele inclusive condena os gnósticos por honrarem estas imagens, porque nisso fazem precisamente como os pagãos. Esta é, curiosamente, a mesma coisa que os cristãos vivem dizendo aos papistas: vocês fazem com as suas imagens as mesmas coisas que os pagãos fazem com as imagens deles. Irineu já enfrentava naquela época a mesma coisa que enfrentamos hoje!

Clemente de Alexandria (150-215) foi além e disse também que toda imagem ou estátua é um ídolo, e que os cristãos não têm nenhuma destas representações materiais:

Toda imagem ou estátua deve chamar-se ídoloporque não é outra coisa que matéria vil e profana, e por isso Deus, para arrancar pela raiz a idolatria, proibiu em seu culto qualquer imagem ou semelhança das coisas que estão no céu ou na terra, proibindo igualmente a sua fabricação; e é por isto que nós os cristãos não temos nenhuma daquelas representações materiais[2]

Note que ele não diz que “toda imagem ou estátua que é um ídolo...”; ao contrário, ele afirma que “toda imagem ou estátua é um ídolo”, mostrando desconhecer a distinção papista posterior que faz diferença entre “imagens de santos” e “imagens de ídolos”. Ele, além disso, faz questão de declarar que os cristãos não tinham nenhuma daquelas representações materiais (imagens ou estátuas). O católico fanático pode tentar fazer o malabarismo que quiser em torno destas palavras explícitas e cristalinas de Clemente, que mesmo assim não conseguirá negar a clareza com a qual ele afirma isso.

Tertuliano (160-220) escreveu um tratado inteiro “Sobre a Oração”, mas, curiosamente, não escreve em um só lugar para orarmos aos santos falecidos. Ao contrário, o que ele nos diz é que o homem só deve venerar a Deus, e a ninguém mais:

“Consideremos, pois, irmãos abençoados, a celeste sabedoria de Cristo, que se manifesta, em primeiro lugar, pelo preceito de orar em segredo (cf. Mt 6,6). Por aí Cristo induzia o homem a acreditar que o Deus Onipotente nos vê e nos escuta em toda parte, mesmo em casa e nos lugares mais escondidos. Ao mesmo tempo, ele queria que a nossa fé fosse discreta, de modo que, confiante na presença e no olhar de Deus em toda parte, reservasse o homem só a Deus a sua veneração[3]

Primeiro, Tertuliano diz que devemos orar em segredo. Essa seria a hora perfeita para ele dizer que os santos falecidos nos escutam mesmo depois de mortos, mas, em vez disso, eles nos diz que o Deus onipotente é quem “nos vê e nos escuta em toda parte, mesmo em casa e nos lugares mais escondidos”. Como se isso já não fosse suficientemente claro, ele prossegue afirmando que devemos venerar somente a Deus!

Orígenes (185-253), ao escrever contra Celso, chamou de “ignorantes” aqueles que se dirigiam a objetos sem vida, e ressaltou que nenhum cristão fazia o mesmo:

“São os mais ignorantes que não se envergonham de dirigir-se a objetos sem vida... e ainda que alguns possam dizer que estes objetos não são deuses mas tão-só imitações deles e símbolos, contudo se necessita ser ignorante e escravo para supor que as mãos vis de uns artesãos possam modelar a semelhança da Divindade; vos asseguramos que o mais humilde dos nossos se vê livre de tamanha ignorância e falta de discernimento[4]

O interessante é que Orígenes não apenas condena o ato de se dirigir às imagens, mas também condena a própria explicação que os papistas idólatras dão para a sua própria idolatria, que é a falácia de que “não estamos cultuando a imagem em si, mas sim aquilo que a imagem representa...”. Orígenes já conhecia este argumento, porque era exatamente assim que os pagãos agiam na época! Eles também diziam não cultuar a imagem em si, mas sim aquilo que ela representa. Orígenes então refuta também esta distinção que ele considera “ignorante” e declara que até o mais simples dentre os cristãos não faz o mesmo!

Imagine se os cristãos da época fizessem a mesma coisa que os romanistas fazem hoje, e também cultuassem imagens de “santos” sob o pretexto de que estão na verdade cultuando o que a imagem representa. Como é que Orígenes poderia rebater seu interlocutor pagão, se os próprios cristãos estariam usando um argumento idênticopara justificar o culto às suas imagens? Como é que Orígenes poderia honestamente refutar essa distinção, se os próprios cristãos também faziam tal distinção? Não poderia. Graças a Deus que Orígenes nunca foi papista!

Outro Pai da Igreja que condenou o culto às imagens foi Cipriano de Cartago (200-258), que disse:

“Para quê prostrar-se diante das imagens? Eleva os teus olhos ao céu e o teu coração; aí é onde deves buscar a Deus”[5]

Ironicamente, a forma que os católicos mais costumam cultuar as imagens é exatamente essa: prostrando-se. Cipriano rejeita isso e pede que elevemos os olhos para buscar somente a ele: Deus.

O escritor eclesiástico Lactâncio (240-320), por sua vez, tratou de colocar as imagens para fora da esfera da religião:

É indubitável que onde quer que há uma imagem não há religião. Porque se a religião consiste de coisas divinas, e não há nada divino a não ser nas coisas celestiais, segue-se que as imagens se acham fora da esfera da religião, porque não pode haver nada de celestial no que se faz da terra”[6]

E Eusébio de Cesareia (265-339), em sua epístola a Constância Augusta, escreveu que “érepugnante só a ideia de que possa haver pinturas nos lugares destinados ao culto”[7]. Em sua obra mais famosa, a “História Eclesiástica”, Eusébio deixa claro que as imagens de Pedro e de Paulo não eram um costume cristão, mas sim um costume pagão,vigente entre eles:

"E não é estranho que tenham feito isto os pagãos de outro tempo que receberam algum benefício de nosso Salvador, quando indagamos que se conservavam pintadas em quadros as imagens de seus apóstolos Paulo e Pedro, e inclusive do próprio Cristo, coisa natural, pois os antigos tinham por costume honrá-los deste modo, sem distinção, como a salvadores, segundo o uso pagão vigente entre eles"[8]

O Concílio de Elvira, reunido em 305 d.C, proclamou o seguinte em relação às pinturas na Igreja:

"Ordenamos que não haja pinturas na Igreja, de modo que aquele que é objeto de nossa adoração não será pintado nas paredes”[9]

Epifânio (320-403) foi um dos mais enfáticos contra o culto às imagens. Foi essa a reação que ele teve quando viu uma dentro da igreja:

“Eu encontrei um véu suspenso nas portas desta mesma igreja, o qual estava colorido e pintado, ele tinha uma imagem, a imagem de Cristo pode ser ou de algum santo; eu não recordo mais quem ela representava. Eu pois tendo visto este sacrilégio; que numa igreja de Cristo, contra a autoridade das Escrituras, a imagem de um homem estava suspensa, lacerei aquele véu[10]

Epifânio considerava aquilo: (a) um sacrilégio; (b) algo que contraria a autoridade das Escrituras; (c) algo que merecia ser destruído. Agora imagine uma igreja que já era acostumada, há três séculos ininterruptos, a ter várias imagens em todos os seus templos e em todos os lugares. Se fosse assim, será que Epifânio iria reagir desta maneira? Será que Epifânio, que já conhecia o Cristianismo perfeitamente bem e que já congregava na igreja há tanto tempo, iria reagir desta forma ao ver uma imagem em uma ocasião específica?

A reação que Epifânio teve se parece muito com a que um evangélico teria ao entrar em uma igreja evangélica e de repente se deparar com uma imagem ali. Ele certamente ficaria revoltado, por algo incomum e antibíblico. Mas imagine um católico, criado na igreja católica, que aprende desde cedo que imagens são legais e de repente decide agir desta forma ao entrar em um templo católico e ver uma imagem ali, que seria a coisa mais comum e normal do mundo! Não faz sentido. Mas, ironicamente, os católicos afirmam de pés juntos que Epifânio era um “católico romano”, e não um evangélico! E que toda a igreja da época também era! É uma pena que Epifânio ainda tenha dito isso sobre a tal imagem:

"Um homem da tua retido devia ser cuidadoso em suprimir uma ocasião de ofensa, indigna da Igreja de Cristo e dos cristãos que estão confiados a teu cargo"[11]

Indigna da Igreja de Cristo! E mesmo assim eles creem que a “Igreja de Cristo” é a Romana! Os papistas teriam um infarto se voltassem ao século III e vissem uma igreja “católica” sem imagem nenhuma!

Como, então, que a igreja da época passou a ter uma infestação de imagens? Simples: quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do império romano, em 380 d.C, através do decreto do imperador bizantino Teodósio. Quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do império, todos os cidadãos tinham que se tornar cristãos, pois o próprio Estado havia se tornado um Estado cristão. Na época não existia um “Estado laico”, onde o indivíduo pode escolher tranquilamente que religião seguir (ou nenhuma delas) sem ser coagido ou constrangido a adotar uma em particular.

O problema é que ninguém consegue mudar uma cultura inteira do dia pra noite. A multidão de pagãos que em um passe de mágica se tornaram “cristãos” trouxe consigo seus costumes e suas práticas pagãs para dentro da Igreja. Havia milhares de templos pagãos espalhados por todo o império, e estes templos não foram destruídospara dar lugar a “templos cristãos”, ao contrário: eles foram apenas modificados convenientemente, passando a ser, da noite para o dia, “templos cristãos”. Da mesma forma, os pagãos não destruíram todas as suas milhares de imagens espalhadas por todo o império: eles as mantiveram mudando-se apenas o nome.

Assim, as imagens dos deuses do paganismo romano viraram, em um passe de mágica, imagens de “santos” do Cristianismo (Ísis, por exemplo, virou a virgem Maria). O panteão de deuses do paganismo foi somente transformado no panteão de “santos” do catolicismo, para que a essência do paganismo permanecesse a mesma. Os pagãos também tinham um deus da paz, um deus da guerra, outro do amor, um da força, outro da sabedoria, e assim por diante, e da mesma forma na Igreja passou a haver um "santo" responsável por cada uma destas funções, além de muitas outras. Assim como muitas cidades romanas tinham um deus específico para ela, também a Igreja providenciou "santos padroeiros" para as cidades. Neste artigo eu abordo isso, como pode ser conferido abaixo:



PANTEÃO DE DEUSES DO PAGANISMO ROMANO

Abundita - Abonde ou Abundantia, Deusa romana da agricultura, cujo nome significa e invoca a abundância.
Acca Larentia - Mãe dos lares, protetores romanos dos lares.
Aestas - Deusa romana do verão e da colheita do milho.
Angerona - Deusa romana do silêncio, do medo e da ordem.
Angitia - Deusa romana da cura, invocada para curar mordidas de serpentes.
Aradia - Filha da deusa Diana, regente da Lua e da Terra.
Apolo - Sol e patrono da verdade.
Baco – Deus do vinho, festas.
Befana - Representação romana da magia, transformada em personagem folclórico.
Bellona - Deusa romana da guerra, identificada a Vacuna, Nério e assimilada a Mah-Bellona.
Bona Dea - A Boa Deusa, padroeira romana da cura, reverenciada somente por mulheres, semelhante a Angitia, Ops, Ceres, Rhea e Tellus Mater.
Bruma - Deusa romana do inverno.
Cardea - Deusa romana guardiã da vida doméstica, protetora das portas e das crianças contra os espíritos malignos.
Carmenta - Deusa romana da cura, detentora de poderes proféticos e protetora dos nascimentos.
Carna - Deusa romana do bem-estar físico.
Ceres - Deusa romana da fertilidade da terra, da agricultura e dos cereais, protetora das mulheres, da maternidade e da vegetação.
Cupido – Amor.
Dea Dia - Antiga deusa romana da agricultura, identificada com Acca Larentia e Ceres.
Diana - Deusa romana da lua, da caça e das florestas, padroeira dos animais, das crianças e das mulheres. Equivalente da grega Ártemis, tornou-se a padroeira das bruxas medievais.
Egeria - Deusa romana da sabedoria e das profecias.
Fauna - Deusa romana representando a fertilidade da Terra, associada a Bona Dea, Cibele, Mater Matuta, Ops e Tellus Mater.
Febo – Luz do Sol, poesia, música, beleza masculina.
Februa - Deusa romana da purificação.
Felicitas - Deusa romana da felicidade, equivalente a Eutychia.
Flora - Deusa romana da primavera, das flores, das alegrias e prazeres da juventude.
Fortuna - Deusa romana da sorte, identificada com a grega Tyche.
Fortuna Redux- Deusa romana protetora das viagens.
Justicia - Deusa romana da justiça.
Júpiter - Rei de todos os deuses, representante do dia.
Juno - Rainha dos deuses.
Juturna - Deusa romana das fontes e dos lagos.
Juventas - Deusa romana da juventude.
Larunda - Deusa romana protetora do lar.
Libera - Deusa romana da viticultura e fertilidade.
Libertas - Deusa romana da liberdade.
Lucina - Deusa romana da luz e dos nascimentos, formando uma tríade juntamente com Diana (o crescimento) e Hécate (a morte).
Luna - Deusa lunar romana, reguladroa dos meses e das estações do ano.
Maia - Deusa romana da primavera e do calor vital.
Mana - Deusa romana protetora das casas.
Marte – Deus romana da guerra.
Mania - Deusa romana protetora das casas.
Mater Matuta - Deusa romana da alvorada, protetora das crianças, das mães e dos marinheiros.
Meditrina - Deusa romana da cura.
Mens - Deusa romana padroeira da mente, dos meses, dos números e dos calendários.
Mercúrio – Mensageiro dos deuses, protetor dos comerciantes.
Minerva - Personificação romana do pensamento, dos cálculos e das invenções, padroeira das habilidades criativas e guerreiras, semelhante a Athena.
Moneta - Deusa romana da riqueza.
Muta - Deusa romana do silêncio.
Neria - Deusa romana da guerra, esposa do deus Marte.
Netuno – Deus romano dos mares e oceanos.
Ops - Deusa romana da terra, protetora da agricultura e dos recém-nascidos, esposa de saturno.
Orbona - Deusa romana, protetora das crianças.
Pales - Deusa romana dos animais domésticos.
Parcas - Deusas romanas do destino, equivalentes às gregas Moiras e às Norns nórdicas.
Pax - Deusa romana da paz e da ordem.
Plutão – Deus romano dos mortos, mundo subterrâneo.
Poena - Deusa romana da retaliação.
Pomona - Deusa romana das árvores frutíferas.
Praxidike - Deusa romana dos juramentos.
Proserpina - Antiga deusa romana da germinação das sementes, transformada depois em equivalente de Perséfone.
Psique – Deus da alma.
Robigo - Deusa romana dos cereais.
Rumina - Deusa romana, protetora das mães e das crianças.
Sabina - Deusa romana da fertilidade.
Salácia - Deusa romana da água salgada.
Salus - Deusa romana da saúde e da cura.
Saturno – Deus do tempo.
Sapientia - Deusa romana da sabedoria.
Strenia - Deusa romana da saúde, protetora dos jovens.
Tácita - Deusa romana da ordem e do silêncio.
Tanith - Deusa romana da lua, das estrelas e da noite.
Tellus Mater - Deusa romana da terra, da natureza, da fertilidade e dos juramentos.
Vagitanus - Deusa romana dos recém-nascidos.
Vanth - Deusa romana da morte.
Vênus - Deusa romana do crescimento, da beleza, da natureza e do amor sensual, equivalente a Turan e a Afrodite.
Vesta - Deusa romana, protetora do lar e da lareira, guardiã da chama sagrada idêntica à grega Héstia.
Vulcano – Deus dos metais, metalurgia, fogo.
Victoria - Deusa romana da vitória, análoga à Sabina Vacuna e à grega Nike.


PANTEÃO DE SANTOS DO CATOLICISMO ROMANO
Abuso físico (contra) – Santa Louise de Marillac; Santa Fabiola.
Aborto (contra) – Santa Dorothea; Santa Brigida da Suécia .
Abuso infantil (contra) – Santa Alodia.
Acidentes de trabalho (contra) – Santa Catarina de Alexandria
Afonia (contra) – São Brás, São Bernardino de Senna e São Mauro
Afogamento (contra) – São Adjutor.
Acusado falsamente – São Raymond Nonnatus.
Alcoolismo (contra) – São João de Deus e Santa Mônica.
Abelhas (contra) – São Ambrósio.
Adultério (contra) – São Gangulfo.
Almas perdidas – São Nicholas de Tolentino.
Amizade – São João Batista.
Ambição (contra) – São Inocêncio.
Amamentação – São Giles.
Animais domésticos – Santo Antônio Abade.
Arranhões – Santa Amalburga.
Assaltos (contra) – Santo Antonio Maria Claret.
Aprender a nadar – São Sabiano e São Zenon.
Aprovar um exame – Santa Gema Galgani e Santa Rita.
Artes Cênicas – São Genésio e São João Bosco.
Atrair um marido – Santa Isabel.
Ataques do coração (contra) – Santa Teresa d’ Ávila.
Aves – São Franciso de Assis.
Azar – São Agricola de Avignon.
Boa viagem – São Cristóvão.
Bom tempo – São Agrícola de Avignon.
Bruxaria (contra) – São Benedito de Núrsia.
Cães – São Roque.
Câimbras – São Paulo.
Calafrios (contra) – São Plácido.
Calúnia (contra) – São João Nepomuceno.
Câncer – São Peregrine Laziosi; São Bernardo de Clairvaux.
Cegueira – Santa Odília e São Rafael.
Ciúmes (contra) – Santa Isabel de Portugal.
Complicações no parto (contra) – São Ulric.
Chuva (para) – São Isidro e São Swithun.
Ciúme (contra) – Santa Isabel de Portugal.
Cobras mordidas (contra) – São Paulo.
Cobras para afastar – São Patrício.
Cólera (Contra) – São Roque.
Cólicas (contra) – São Pancrácio.
Conversão – Santo Agostinho e Santa Flora.
Convertidos – Santa Helena.
Dançarinos – São Vito.
Depressão – Santa Helena e Santa Dymphna.
Desordem intestinal (contra) – São Elmo e São Bonaventure de Potenza.
Desordem mental (contra) – São Dymphna.
Desordens Glandulares (contra) – São Cadoc.
Desgraças familiares (contra) – São Eustaquio.
Desastre (contra) – Santa Genoveva.
Desinteria – Santa Matrona
Dialogo ecumênico – São Cyrilo e São Methodius.
Dor (contra) – São Madron.
Dor de dente (contra) – Santa Apolonia.
Dor de ouvido (contra) – São Polycarpo.
Dor de cabeça (contra) – São Denis, São Avertinus e Santa Teresa de Ávila.
Dor de estômago (contra) – São Wolfgang.
Dor na coluna (contra) – São Bernardo.
Doenças nos braços – Santa Amélia.
Doenças na cabeça – São Atazano e Santa Catarina de Siena.
Doenças do coração – São João de Deus.
Doenças do estômago (contra) – Santa Juliana Falconiere e São Brice.
Doenças da garganta – São Braz.
Doenças da infância (contra) – São Aldegundo e São Pharaildis.
Doenças das juntas – São Lorenzo.
Doenças da língua – São Romão.
Doenças nos olhos (contra) – Santa Luzia e São Hervé.
Doenças nas pernas (contra) – São Servatius.
Doenças nos pés – São Roque e São Victor de Marseilles.
Doenças da pele (contra) – São Peregrine Laziosi.
Doenças dos rins (contra) – São Albino.
Doenças do reto (contra) – São Fiacre.
Doenças nos seios doenças (contra) – Santa Ágata.
Drogas (contra) – São Maximilian Kolbe.
Dúvida (contra) – São Tomé.
Ecologia – São Franciso de Assis.
Enamorados – Santo Antônio de Pádua e São Valentin e São Jorge.
Endividados – Santa Edwigis.
Engenheiro Florestal – São João Gualberto.
Encontrar objetos perdidos – São Donato, São Bento e São Longuinhos.
Ecumenismo – São Cyrilo e São Methodius.
Estudantes – São Tomas de Aquino e São Jerônimo.
Emigrantes – Santa Francisca Xavier Cabrini.
Enjoo do mar (contra) – São Elmo.
Eczemas (contra) – Santo Antônio, o grande.
Enxaqueca (contra) – São Gereon.
Emergências – São Expedito.
Epidemia (contra) – Santa Godberta.
Epilépcia (contra) – São Dymphna; São Vito.
Esposas Maltratadas – Santa Monica.
Esterilidade (contra) – São Henry II.
Erupções vulcânicas – Santa Agatha.
Furto (contra) – São Leonardo.
Fome (contra) – São Domiciliano, Santa Walburga.
Febre (contra) – São Antoninus de Florence, São Remigio.
Fugitivos – Santa Alodia e São Dimas.
Fogo (contra) – Santa Catarina de Siena e Santa Barbara e São Lorenzo.
Filhos ilegítimos – São João Francis Regis Clet.
Furto (contra) – São Leonardo.
Furúnculo – Santo Antonio Abade.
Guardas Florestais – São João Gualberto.
Gripe (contra) – São Maurus.
Gota (contra) – São Maurice.
Guerra (contra) – Santa Isabel de Portugal.
Hepatite – São Odilon.
Histeria – São Vito e São Columbago.
Hemorragia (contra) – Santa Luzia.
Hemorroidas (contra) – São Fiacre.
Hérnia (contra) – São Conrado e São Drogo.
Histeria – São Vito e São Columbago.
Idosos – São Antônio de Pádua.
Indiferença (contra) – São Remígio.
Impotência (contra) – São Winwaloe e São Gummarus.
Inverno rigoroso (contra) – São Sebaldo.
Inundações (contra) – São Floriano e São Gonçalves do Amarante.
Infertilidade (contra) – Santa Rita.
Infidelidade (contra) – Santa Monica; Santa Fabiola e São Gengulphus.
Injuria (contra) – Santa Aldegonda.
Insanidade (contra) – São Fillan e Santa Dymphna.
Incêndios (contra) – São Benito de Aniano, Santa Irene e São Egidio.
Inválidos – São Roque.
Inveja (contra) – Santa Isabel de Portugal.
Intoxicação – São Benito e São Benedito de Nursia.
Intervenção Divina — Santa Margarete.
Icterícia (contra) – São Albert de Trapani.
Idosos – Santo Antônio de Pádua.
Jogadores (vicia-contra) – São Bernardino de Siena.
Leprosos – São Lázaro e São Job.
Ladrões arrependidos – São Dimas.
Loucos (contra) – São Romanus.
Longevidade – São Pedro.
Lunáticos – Santa Christina e São Vito.
Lobos (contra) – São Hervé e São Francisco de Assis.
Má sorte (contra) – São Agricola de Avignon.
Mau tempo (contra) – Santa Eurosia.
Mãe de família – Santa Ana.
Mães solteiras – Santa Margaret de Cortona.
Moças solteiras – Santa Catherina da Alexandria.
Mulher grávida – Santa Margaret da Antiopia.
Mulheres em trabalho de parto – Santa Ana e São Leonardo.
Malária (contra) – São Pedro de Alcantara.
Mordida de cães – São Vito.
Mortos – Santa Gertrudes de Nivelles.
Morte súbita (contra) – São André Avellino.
Mentira (contra) – São Felix.
Má sorte (contra) – São Agricola de Avignon.
Maus Espíritos (contra) – Santa Agripina.
Míope – São Clarus.
Náufragos – São Antônio de Padua.
Naufrágios (contra) – Santa Amalia e São Clemente.
Neuroses (contra) – Santa Dymphna.
Ossos quebrados (contra) – São Stanislaus Kostka.
Obsessão (contra) – São Quirinus.
Órfãos – São Esperidião e São Caetano.
Pai de família – São José.
Pedras na vesícula (contra) – São Albinus.
Paralíticos – São Osmund e São Giles.
Pesadelos (contra) – São Cristovão.
Perjúrio (contra) – São Pancrácio e São Felix de Nolasco.
Perseguições (contra) – Santa Brígida.
Possessão demoníaca (contra) – São Quirinus e São Benedito de Nursia.
Pobreza (contra) – São Martin de Tours.
Problemas matrimoniais (contra) – Santa Isabel de Portugal.
Pragas (contra) – Santa Genevieve; São Roque e Santa Walburga.
Piolhos e pulgas (contra) – São Inacio de Loyola.
Presos – São Roque e São Pedro Nolasco.
Poliomielite (contra) – Santa Margarete Mary.
Padrastos – Santa Adelaide.
Paraplégicos – Santa Alphais de Culot.
Para que não chova no dia do seu casamento – Santa Clara.
Procrastinação (contra) – São Expedito.
Prostitutas Arrependidas – Santa Maria Madalena.
Raios (contra) – Santa Barbara.
Ronco (contra) – São Bernardino de Siena.
Ratos (contra) – Santa Gertrudes.
Reconciliação – São Theodore.
Reumatismo (contra) – São Tiago, o maior.
Ressaca (contra) – Santa Bibliana.
Situações desesperadas – São Judas Tadeu e Santa Rita.
Sol (bom tempo) – Santa Clara, Santa Sabina e São Osvaldo.
Solteiros – São Theobaldo.
Sangramentos (contra) – Santa Rita.
Segundo casamento – Santa Adelaide.
Separação do cônjuge – São Gummarus e São Nicholas von Flüe.
Sequestros (contra) – Santo Antonio Maria Clarete.
Surdos – São Francisco de Sales.
Sonambulismo (contra) – São Dymphna.
Soluções rápidas – São Expedito.
Stress (contra) – São Walter de Portnoise e Santa Dymphna.
Sífilis (contra) – São Fiacre.
Seca (contra) – São Swithin e São Godberta.
Teatro – São Genésio.
Tonteira (contra) – São Avertinus.
Trabalho de parto – São Ramon Donato e São Bartolomeu.
Trovões-medo de (contra) – Santa Agrippina.
Tuberculose (contra) – São Pantaleon; Santa Gemma Galgani.
Tosse (contra) – São Quentin.
Terremotos (contra) – São Emiglio e São Felipe Neri.
Tempestades (contra) – Santa Scholastica.
Verrugas (contra) – São Antônio Abade –Santo Antão.
Vitimas de extremo frio – São Sebaldo e São Valeriano.
Vitimas de rapto – São Arthelius, Santa Agatha e Santa Maria Goretti.
Vitimas de tortura – São Albano; São Eustaquio; Santa Regina.
Viúvas – Santa Paula; Santa Clotilde; Santa Fabíola.
Viúvos – São Rei Edgar o Pacifico.
Veneno (contra) – São Benedito de Nursia.

Em momento algum o paganismo foi suplantado ou aniquilado, ele foi apenas modificado para uma carinha “cristã”. Agora não era mais paganismo puro, mas paganismo disfarçado de “Cristianismo”. É lógico que tudo isso não ocorreu da noite pro dia. Foram séculos de desvio que foram se acentuando até chegar ao ponto em que vemos hoje, onde já é impossível distinguir catolicismo romano de paganismo puro. Nem disfarçar eles disfarçam mais, como mostrei neste artigo. Como essa paganização foi gradual, ainda não vemos os Pais do século IV e V defendendo o uso de imagens com tanta ênfase como vemos, por exemplo, um João Damasceno defendendo no século VIII. O resultado final desta mistura de Cristianismo com paganismo é o que conhecemos hoje pelo nome de Catolicismo Romano – a mãe de todas as abominações da terra (Ap.17:5).

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)


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[1] Contra as Heresias, Livro I, 25:6.
[2] Contra Celsum.
[3] Tratado sobre Oração, 1:4.
[4] Contra Celso, 6:14.
[5] Ad Demetr.
[6] Instituições Divinas 2:19.
[7] Epístola a Constância Augusta.
[8] História Eclesiástica, Livro VII, 18:4.
[9] Concílio de Elvira, Ano 305, Cânon 36.
[10] Preservado em Preservado em Jerônimo, Epístola 51.

[11] ibid.