Um miserável pecador salvo por Jesus Cristo!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

As Doutrinas da Graça

Nós, reformados, cremos em certas doutrinas que enfatizam a soberania de Deus na salvação. Elas são conhecidas como “doutrinas da graça”, pois enfatizam que a salvação é pela graça de Deus e não pelas obras (Ef 2.8,9). Elas também são chamadas de “cinco pontos do calvinismo”. Elas são “do calvinismo”, porque são uma reafirmação da doutrina bíblica da salvação, conforme ensinada pelo reformador João Calvino no século XVI; elas são “cinco pontos”, porque consistem em cinco doutrinas declaradas em uma confissão chamada Cânones de Dort (1618-1619), em resposta às cinco doutrinas dos seguidores de Jacó Armínio, os “cinco pontos do arminianismo”. 

As doutrinas da graça, ou cinco pontos do calvinismo, são as seguintes:

1. Depravação Total: Todos os homens são pecadores (Rm 3.23; Sl 51.5), totalmente depravados em cada parte do seu ser (Jr 17.9; Mc 7.21-23; Rm 3.10-18; Ef 2.1-3): pensamentos, emoções e vontade (Gn 6.5,6; 1Co 2.14; Rm 8.7,8). Por tal motivo, ninguém pode fazer o bem aos olhos de Deus (Jr 13.23; Rm 3.12), ainda que algumas ações humanas possam parecer boas diante dos homens. Além disso, como a vontade humana também foi afetada, ninguém pode escolher ser salvo sem a graça de Deus (Jo 5.40; 6.44,65). O pecador não tem livre-arbítrio.

2. Eleição Incondicional: Deus escolheu em Cristo desde a eternidade, unicamente pelo Seu amor, graça e vontade, e para Sua própria glória, um número imenso e definido de pessoas para serem salvas dos seus pecados e terem a vida eterna (Ef 1.4-6,11). Essa eleição é chamada de incondicional porque ela não é baseada em nada presente nos próprios eleitos, como fé, boas obras ou perseverança que tenham sido previstas, mas é baseada totalmente na soberana vontade de Deus (Rm 9.11-18; 11.5,6; 2Tm 1.9). Deus não apenas escolheu os eleitos para a vida eterna, mas também preordenou todos os meios pelos quais isso seria possível (Rm 8.28-30). Deus não escolheu a todos e, também para Sua glória, Deus preordenou as demais pessoas para a condenação por causa dos seus pecados, o que é chamado de reprovação (Pv 16.4; Rm 9.17-22).

3. Expiação Limitada: Jesus se ofereceu na cruz como o único e perfeito sacrifício pelos pecados (Hb 10.12-14), para satisfazer a justiça de Deus (Rm 3.21-26), sofrendo a ira divina (Is 53.4-6), tornando-se maldição (Gl 3.13) e morrendo no lugar de pecadores (1Pe 3.18). Por ser verdadeiro Deus, tal sacrifício oferecido por Cristo é de valor e dignidade infinitos, plenamente suficiente para expiar os pecados do mundo inteiro. No entanto, esta expiação é limitada, no sentido de que o propósito de Deus com o sacrifício de Cristo foi expiar apenas os pecados dos eleitos (Mt 1.21; Jo 10.11,15,26-28; 17.6-9,19-21; At 20.28; Rm 8.31-34; Tt 2.14). Portanto, Jesus não morreu por todos os seres humanos literalmente, mas apenas pelos Seus escolhidos.

4. Graça Irresistível: Aqueles que Deus escolheu antes da fundação do mundo são chamados eficazmente por Sua Palavra e por Seu Espírito no tempo determinado por Ele (Rm 8.30; 2Tm 1.9), tendo suas mentes iluminadas para compreenderem o evangelho (1Co 2.12-16; Mt 11.25-27), nascendo de novo para que possam ver o reino de Deus (Jo 3.3,5; Tt 3.4,5) e tendo suas vontades renovadas (Ez 36.26,27) para que, livre e voluntariamente, venham a Cristo (Jo 6.37,44,65), através do arrependimento e fé, que são dons de Deus (At 11.18; Fp 1.29). Essa graça é chamada de irresistível porque é impossível a um eleito resistir ao chamado do Espírito Santo em seu coração, sendo ela o único motivo pelo qual alguns pecadores recebem o evangelho e outros não (Is 55.10,11; Jo 6.37,44,65). Mesmo que apenas os eleitos sejam chamados eficazmente, o evangelho deve ser pregado a todos os homens, para testemunho a todas as nações (Mt 28.18-20; Mc 16.15; Mt 22.14).

5. Perseverança dos Santos: Aqueles que foram eleitos e chamados por Deus não podem decair do estado de graça e perder a salvação; pelo contrário, eles estão eternamente salvos e perseverarão firmes até o fim (Jo 10.27-30; Fp 1.6; Rm 8.35-39). A perseverança deles não depende do seu próprio livre-arbítrio, mas da imutável eleição divina (Rm 8.29,30), da expiação realizada por Cristo que pagou todos os seus pecados (Rm 5.6-10), da atual intercessão de Cristo ao lado do Pai (Rm 8.31-34) e da permanência do Espírito Santo neles, que é o selo e penhor da sua herança (1Jo 3.9; Ef 1.13,14). Ainda que os eleitos não percam a salvação, eles podem cair em graves pecados, desagradando a Deus, entristecendo o Espírito Santo, escandalizando os outros e atraindo sobre si juízos temporais (Jo 18.15-18,25-27). Têm sua comunhão com Deus restaurada através do arrependimento e confissão (Jo 21.15-17).

Via:http://teologia-vida.blogspot.com.br/2016/08/as-doutrinas-da-graca.html
Maxon Nogueira
Soli Deo Gloria 

O homossexualismo da perspectiva de Deus

O homossexualismo é a relação de amor erótico entre pessoas do mesmo sexo. Uma vez que o mundo ocidental está cada vez mais favorável a esse tipo de prática e muitos países e igrejas têm reconhecido o chamado “casamento” homossexual, é importante que aqueles que se identificam como cristãos saibam a perspectiva de Deus sobre o assunto.

A Bíblia, que é a própria Palavra de Deus (2Tm 3.16,17), relata que Deus instituiu o casamento entre um homem e uma mulher (2.18-25). Por isso, “deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24). Além disso, o casamento foi instituído, entre outras coisas, para a procriação (Gn 1.26-28). Desse modo, casamento entre dois homens ou entre duas mulheres é um contrassenso.

A Bíblia também claramente caracteriza o homossexualismo como um pecado. Quando dois anjos foram a Sodoma em forma humana e masculina, os homens da cidade quiseram manter relações sexuais com eles (Gn 19.4,5). Deus demonstrou Sua desaprovação a essa atitude ao cegar esses homens (Gn 19.10,11) e destruir a cidade com fogo e enxofre (Gn 19.24,25). Em Lv 18.22, o homossexualismo é proibido: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação”. Os que cometessem essa abominação seriam punidos com a morte (Lv 20.13). Em Rm 1.26,27, Paulo apresenta o homossexualismo, tanto entre homens (pederastia) quanto entre mulheres (lesbianismo), como um juízo de Deus contra a idolatria, chama essas práticas de paixões infames ou vergonhosas e considera-as contrárias à natureza. Em 1Co 6.9,10, Paulo faz uma lista de vários tipos de pecadores que não herdarão o reino de Deus, entre os quais estão os “efeminados” e os “sodomitas”, respectivamente, os parceiros passivo e ativo numa relação homossexual. Em 1Tm 1.9-11, Paulo faz outra lista de pecadores, incluindo novamente os “sodomitas”, e associando-os com “tudo quanto se opõe à sã doutrina, segundo o evangelho da glória do Deus bendito”. Portanto, sem dúvida alguma, Deus vê o homossexualismo como um pecado e, como tal, sujeito à morte eterna, à punição do inferno (Rm 6.23).

Mas a história não acaba aí. Há esperança para os homossexuais. Ao contrário do que dizem por aí, um homossexual pode mudar e deixar o seu pecado. Paulo afirma que alguns dentre os cristãos coríntios haviam sido homossexuais, mas, então, foram lavados, santificados e justificados, graças à obra do Senhor Jesus Cristo e do Espírito Santo (1Co 6.9-11). A salvação está disponível e a mudança é possível a todos os que se arrependerem de seus pecados (At 3.19) e crerem em Jesus (At 16.31), inclusive os homossexuais.

Portanto, a Igreja deve odiar o pecado do homossexualismo (Ap 2.6) e lutar contra ele (Mt 18.15-17), mas também amar o pecador homossexual (Lc 10.25-37) e pregar o Evangelho a ele (Rm 10.14,15), chamando-o ao arrependimento e à fé (Mc 1.15). Via:http://teologia-vida.blogspot.com.br/2015/07/o-homossexualismo-da-perspectiva-de-deus.html Maxon Nogueira Soli Deo Gloria

Respostas bíblicas aos argumentos homossexuais

Da perspectiva de Deus, o homossexualismo é um pecado, o que se percebe claramente na Bíblia. Apesar disso, alguns homossexuais tentam argumentar que a Bíblia não proíbe o homossexualismo e, mais do que isso, que a Bíblia o permite. A seguir estão alguns desses argumentos homossexuais e as respostas bíblicas a cada um deles.

Primeiro, alguns homossexuais argumentam que a Bíblia não proíbe o homossexualismo. Quanto à passagem de Gn 19, eles afirmam que o pecado de Sodoma não foi o homossexualismo, mas a falta de hospitalidade para com estrangeiros, e tentam provar isso com Ez 16.49. Porém, segundo Jd 7, o pecado de Sodoma não foi apenas a falta de hospitalidade, mas também a perversão sexual.

Quanto a Lv 18.22, esses homossexuais dizem que essa passagem proíbe apenas o homossexualismo associado a cultos pagãos, argumentando que a palavra “abominação”, usada para descrever essa prática, sempre se refere à idolatria na lei de Moisés. Mas esse é um argumento falho, uma vez que o capítulo 18 de Levítico não está tratando de idolatria, mas de pecados sexuais diversos, inclusive o incesto e o bestialismo. Além disso, a palavra “abominação” não é só usada para descrever a idolatria, mas também pecados diversos (Dt 22.5; 25.16), inclusive sexuais (Dt 24.4). Assim, apesar de Dt 23.17,18 condenar o homossexualismo cultual, como argumentam os homossexuais, Lv 18.22 condena todo tipo de homossexualismo.

Em relação a Rm 1.26,27, alguns homossexuais argumentam que Paulo se refere apenas ao homossexualismo cultual ou à relação homossexual com vários parceiros, e não ao homossexualismo “monogâmico”, apenas entre dois parceiros, mas essa é uma interpretação forçada sem qualquer sustentação. Na passagem, Paulo está descrevendo as consequências morais de se abandonar o verdadeiro Deus para adorar falsos deuses, e entre essas consequências estão as relações homossexuais entre homens e entre mulheres.

Quanto a 1Co 6.9 e 1Tm 1.10, os homossexuais tentam reinterpretar os termos gregos “malakos” (“efeminado”) como uma referência à prostituição cultual masculina e “arsenokoites” (“sodomita”) como uma referência ao sexo de adultos com crianças. Porém, o termo “malakos”, literalmente “mole”, indica um homem delicado ou efeminado, que submete seu corpo para ser usado sexualmente como o de uma mulher; em outras palavras, o parceiro passivo numa relação homossexual. Já o termo “arsenokoites” é um neologismo de Paulo, composto de duas palavras gregas, “arsen” (“homem”) e “koite” (“cama”), indicando alguém que se deita com um homem (adulto ou criança) como se fosse mulher (como em Lv 18.22); em outras palavras, o parceiro ativo numa relação homossexual. Portanto, ao contrário do que dizem os homossexuais, esses termos descrevem todo o tipo de homossexualismo como pecado.

Além de tentar mostrar que a Bíblia não proíbe o homossexualismo, alguns homossexuais vão além ao argumentar que a Bíblia permite o homossexualismo. Eles apresentam a amizade de Davi e Jônatas (1Sm 18.1-4; 19.1-7; 20.1-43; 23.15-18; 2Sm 1.26) como um amor homossexual, porque Jônatas amava Davi como à sua própria alma (1Sm 18.1,3; 20.17), eles se beijaram (1Sm 20.41) e o amor de Jônatas por Davi ultrapassava o amor de mulheres (2Sm 1.26). Mas, na Bíblia, a palavra “amor” é usada em diversos sentidos além do sexual (Gn 25.28; Dt 6.5; Lv 19.18), inclusive com o sentido de amizade (Pv 17.17). Outro ponto é que o beijo entre homens, no rosto, era e ainda é comum na cultura oriental e não tem qualquer conotação sexual (Gn 33.4; 1Sm 10.1; 1Co 16.20). Além disso, a Bíblia não diz que o amor de Jônatas por Davi era como o amor das mulheres, mas que ultrapassava esse amor, claramente fazendo uma distinção entre esses dois tipos de amor. Davi e Jônatas eram grandes amigos, não parceiros sexuais.

Outra passagem usada algumas vezes pelos homossexuais para defender o homossexualismo é Ec 4.11: “se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?”. Eles argumentam que num clima quente como o da Palestina, “aquentar-se” só pode ter conotação erótica, sendo uma referência a dois homens se relacionando sexualmente. Mas essa interpretação desconsidera tanto o contexto geográfico da Palestina quanto o contexto bíblico da passagem citada. Ao contrário do que pensam os homossexuais, na Palestina também faz frio e até neva no inverno. E no contexto de Ec 4.11, Salomão, um heterossexual tão assumido que tinha mil mulheres (1Rs 11.3), não está falando sobre homossexualismo, mas sobre as vantagens do companheirismo em relação à solidão. Ele diz que “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho” (Ec 4.9), porque um companheiro ajuda o outro no caso de uma queda (v.10), ao terem que dormir ao relento (v.11) ou terem que enfrentar inimigos (v.12). Assim, a passagem de Ec 4.11 está falando sobre dois companheiros que dormem juntos numa noite fria para se aquecerem, não sobre uma relação sexual entre homens.

Portanto, a tentativa de alguns homossexuais justificarem seu pecado com a Bíblia não se sustenta, quando confrontada com a própria Bíblia. O homossexualismo é um pecado e não há como fugir dessa realidade. Via: http://teologia-vida.blogspot.com.br/2015/08/respostas-biblicas-aos-argumentos.html Maxon Nogueira Soli Deo Gloria

sábado, 21 de outubro de 2017

Lincoln

Esta é uma biografia de um dos maiores presidentes que os Estados Unidos já teve, Lincoln hoje é sinônimo de respeito e reverência. Ao narrar o inicio de sua carreira política, a autora nos chama a atenção para a ascensão do então desconhecido Abraham Lincoln.
  Com um jeito simples. humilde e educado Lincoln vem conquistando a todos e ganhando espaço até  vencer  as prévias do então recém formado partido republicano ganhando de políticos influentes dentro do próprio partido que futuramente fariam parte do seu governo.  Com uma bela vitória dentro do partido Lincoln agora estava alçando vôos mais altos e o seu lugar seria e foi a Casa Branca.

Como a guerra civil tinha explodido antes de Lincoln assumir a presidência americana ele tinha um tremendo trabalhão para resolver.  Com grande maestria e capacidade imaginável  o então azarão ia se destacando no controle da situação,  a força de Lincoln era tão grande que ele impediu que os EUA fosse dividido, se não fosse por ele a nação americana hoje seriam duas nações ele enfatizou a união política em prol da nação,  aliado aos seus generais Lincoln tinha como ideal acabar com a guerra civil e abolir a escravidão em seu país. Um trabalho árduo e junto com os seus comandados tiveram um final feliz. Abraham Lincoln tinha os seus ideais que o motivava, apesar de tomar toda sua energia, ele felizmente conseguiu por fim tanto a guerra quanto a escravidão.  Em seu segundo mandato logo mais tranqüilo diante do fim da guerra e da escravidão no dia 14 de Abril de 1865
 Lincoln foi brutalmente assassinado enquanto assistia   uma  peça de teatro.

Apesar de ser uma biografia política a autora foi simplesmente perfeita quando além de colocar o foco principal que  é o presidente Lincoln ela também expõe os seus conflitos internos, suas lutas com os adversários. Lincoln é um daqueles políticos que devem ser lidos e seus ideais devem ser observados , um verdadeiro Titan que marcou o seu nome tanto na América como um dos maiores presidentes quanto no mundo por ser referência para muita gente, Lincoln foi o primeiro  presidente eleito do Partido Republicano.


Políticos brasileiros deveriam aprender com esse homem.

Maxon Nogueira
Soli Deo Gloria 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Como ser um conservador no Brasil: Entenda o significado e o pensamento

Segundo a mídia, o Brasil está vivendo uma onda conservadora. Mas eu não acredito nisso!Mas para que você não fique assustado e fuja para o monte com o sensacionalismo barato da Fake News, é preciso entender o que é ser um conservador. Na realidade o Brasil é conservador, só ainda não sabe a realidade e a força do significado. E por não saber, tem medo da palavra e de se manifestar como tal. Mas por que o brasileiro tem tanto receio? A resposta vem de Antonio Gramisc: ‘’A desconstrução de um texto ou palavra, permite que se elimine o seu significado. Substituindo-o por outro que se prentende.’’ É exatamente isso que aconteceu com a palavra conservador! Uma desconstrução, um esvaziamento do real sentido e depois preenchido com termos pejorativo. De modo que hoje existe um constrangimento coletivo, só em pronunciar a palavra. Quando você consulta no Google a palavra conservadorismo, vem desta forma:
1.Característica do que é conservador, avesso a mudanças;
2.Tradicionalismo (‘apego’).
O que não é conservadorismo?
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O que não é conservadorismo: Apego, tradicionalismo, retrógrado, ignorante, apolítico, avesso ao avenço, medroso, hipócrita. Qualquer definição deste tipo faz por duas razões: Para desinformar o povo seguindo uma agenda ideológica – ou por estupidez. No Brasil a palavra foi esvaziada do seu significado real, e, no presente, a maioria dos brasileiros já não sabe a real definição da palavra conservador. A educação do país contribuiu bastante para descaracterizar a palavra e associa-la a tudo que não presta. Ser conservador é votar nos coronéis do Nordeste, apoiar a ditadura, ser religioso extremista, fechado ao progresso. Essas são caricaturas montadas pelo pensamento esquerdista, a fim de anular totalmente o conservadorismo e criar uma direita moderada ( centro esquerda), por não suportar o divergente e para ter o controle do poder. Mas ser de direita não é ser conservador. Conservadorismo não é uma ideologia, elementos do conservadorismo podem ser abraçados por partidos de direita, mas o pensamento conservador é inerente à natureza humana. O homem nasce religioso, político, social e sua alma imperfeita anseia por ordem. Russel Kirk criou dez fundamentos para o conservadorismo para que você entenda de uma vez, veja:
1-O conservador acredita na existência de uma ordem moral perene;
2-O conservador adere ao costume, às convenções e à continuidade;
3-Conservadores acreditam no que pode ser chamado princípio da prescrição;
4-Conservadores são guiados por seu princípio de prudência;
5-Conservadores prestam atenção ao princípio da diversidade, somos diferentes , mas iguais diante de um justo tribunal da lei;
6-Conservadores são refreados por seu princípio de imperfectibilidade, estamos em estado de queda. Os ideólogos que prometem a perfeição do homem e da sociedade têm convertido grande parte do mundo, desde o século XX, num inferno terrestre;
7-Conservadores estão persuadidos de que propriedade e liberdade estão intimamente vinculadas;
8-Conservadores apoiam a associação voluntária, tanto quanto se opõem ao coletivismo involuntário;
9-O conservador compreende a necessidade de restrição prudente sobre o poder e sobre as paixões humanas;
10-O pensador conservador entende que permanência e mudança devem ser reconhecidas e reconciliadas numa sociedade vigorosa.
Conservadorismo e as instituições
O conservadorismo defende a manutenção das instituições sociais tradicionais como: como a família, a comunidade local e a religião -, além dos usos, costumes, convenções. O conservadorismo enfatiza a continuidade e a estabilidade das instituições, opondo-se a qualquer tipo de movimento revolucionário e de políticas progressistas. Bom deixa claro que o conservadorismo defende avanços, progressos sempre usando a política de prudência. A prudência é basilar no pensamento conservador, pois o ser humano é inconfiável em seu estado de queda. Mas é importante entender que o conservadorismo não é um conjunto de ideias políticas definidas, pois os valores conservadores variam enormemente de acordo com os lugares e com o tempo. Mas as colunas são inegociáveis. Mesmo porque nem toda tradição, costume é saudável – ou visa elevar homem do seu estado primitivo para civilizado. Simples, determinadas culturas indígenas tem como costumes o canibalismo e o homicídio de deficientes. Esse tipo de costume, tradição não pode continuar, nem pode trazer um bem. Então o conservadorismo preserva aquilo que ajuda o próximo e a civilização. Por isso a política é a ferramenta para trazer o bom senso, a ordem. O conservadorismo percebe a política com esta finalidade de preservar a religião, a família, a propriedade privada, a nação, a tradição, o direito a defesa, a individualidade. Veja: “O conservador pensa na política como um meio de preservar a ordem, a justiça e a liberdade. O ideólogo, pelo contrário, pensa na política como um instrumento revolucionário para transformar a sociedade e até mesmo transformar a natureza humana. Na sua marcha em direção à Utopia, o ideólogo é impiedoso.” Russell Kirk
O conservador é em si um amante da preservação. Sua missão é preservar as instituições políticas e sociais que se desenvolveram ao longo do tempo e são fruto dos usos, costumes e tradições. Mudanças e o progresso são necessários para manter uma sociedade saudável, mas essas devem ser processuais, sob o aspecto de profundo estudo. Assim, a política do conservador é a política da prudência, rupturas abruptas já foram realizadas e os resultados foram trágicos: Revolução francesa foi uma ruptura que matou setenta e seis mil pessoas e a história registrou como a era do terror; a revolução Russa, uma ruptura do proletariado matou quase sessenta milhões durante o regime; o nazi-socialismo matou mais de vinte milhões. Rupturas para implantar modelos de sociedade e instituições advindas da razão humana sempre acabam em tragédia, miséria e genocídio. Essa postura coloca o pensamento conservador em conflito com ideologias ‘’reformistas’’, que almejam criar uma sociedade “perfeita” pelo uso da política, a velha utopia do paraíso. Para o conservador, a política é a “arte do possível” e não um meio para se chegar a uma sociedade utópica.
Conservadorismo e economia
Vamos aos fundamentos do pensamento conservador sobre economia:
1-O conservadorismo defende o individualismo na esfera econômica;
2- A defesa da propriedade privada também é vista como uma questão intimamente ligada à liberdade, pois não é possível ser livre se os meios de sobrevivência de um indivíduo estão nas mãos de outros, dos quais acaba se tornando dependente;
3- Economia de livre mercado deve ser acompanhada com responsabilidade, ética e moral, preservação dos costumes e tradições de cada localidade. Mesmo os conservadores que defendem a globalização e a abertura dos mercados ao capital internacional tentam manter essa integração somente no âmbito econômico e financeiro, protegendo a cultura e a identidade nacionais de influências externas. Mas, como o conservadorismo costuma exalar o nacionalismo, as ideias econômicas acabam sendo influenciadas. Então grande parte dos conservadores nacionais prefere políticas econômicas desenvolvimentistas, nacionalistas e protecionistas.
O Filósofo Inglês Edmund Burke via com muita cautela qualquer abertura comercial com estrangeiros. Era necessário o comércio, mas ele afirmava: ‘’A função de um conservador é em primeiro lugar conservar princípios ou instituições que se consideram importantes para comunidade estabelecida’’. Burke conclamava para que a sociedade comercial além de produzir empregos, nunca se esquecesse da responsabilidade para com a localidade. Se a empresa cresce ela também deve ajudar a localidade a crescer. Isso significar que a sociedade comercial tem também a responsabilidade de preservar a ordem, a segurança e a estética da comunidade que ela se relaciona.

O Pessimismo saudável do conservadorismo
Nem todo pessimismo é ruim, derrotista, fruto de uma depressão. A Palavra de Deus retrata o homem em seu estado com muito pessimismo. Na Bíblia o homem que confia no outro é maldito; do coração do homem procedem toda sujeira. Veja:
“Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR”; Jeremias 17:5
‘’Porque do coração é que procedem os maus intentos, homicídios, adultérios, imoralidades, roubos, falsos testemunhos, calúnias, blasfêmias’’; Mateus 15.19
A Palavra de Deus nos convida a não confiar nem no homem e muito menos a si mesmo. Esta é sem dúvidas a base para a política de prudência e que traz para nós um sentimento pessimista quando o homem tenta através de sua razão transforma o mundo, a si mesmo por uma utopia de um mundo perfeito onde todos são livres, iguais e fraternais. O homem é mau fez do mundo uma arena de aflições, portanto, cautela, prudência para qualquer ato de mudança segue como bandeiro do pensamento conservador. O conservadorismo não é optimista quando o assunto é natureza humana! Este pessimismo é saudável pois mantém a ordem, segurança e garante que a próxima geração desfrute desta estabilidade.
As inovações morais e políticas podem ser tanto destrutivas como benéficas; e se tais inovações são empreendidas num espírito de arrogância e entusiasmo, é prenúncio de tragédia. De tempos em tempos todas as instituições humanas alteram-se em certa medida, já que a mudança lenta é o meio de se conservar a sociedade. Concordo com o conservador Lord Falkland, : “Quando não é necessário mudar, é necessário não mudar”. Nem sempre será necessário mudar, mas preservar. É isso, homens e mulheres sentem mais contentamento quando vivem num mundo estável de valores perenes.
O conservadorismo e a compreensão da nossa sociedade
O conservadorismo tem uma preocupação pela ordem da sociedade. O cenário de hoje é totalmente ofensivo ao pensamento conservador. Se a família é atacada, as instituições demolidas, as leis relativizadas, o conservador emerge para resistir e lutar pela preservação da ordem da sua comunidade. No Brasil são sessenta mil pessoas assassinadas por ano, mata mais que na guerra da Síria; a educação presta um desserviço fabricando uma geração de ignorantes; a política instrumentalidade por organizações criminosas; ideologias socialistas que visam um ‘’mundo de iguais e um paraíso terrestre’’ tomaram as instituições públicas do país. O conservadorismo não é redentivo, não pretende restaurar o ser humano, esse trabalho pertence a Deus, tenta compreender como as sociedades e criar um espaço necessário para que elas sejam bem-sucedidas e funcionais. Uma sociedade que valoriza as atividades, seus meios e suas finalidades, por isso está correto Sir Roger Scruton: ‘’Dar valor a uma atividade é ter uma ideia do seu valor objetivo. Ao fazer o que eu valorizo, vejo minha identidade como ser social confirmada’’. Portanto, o pensamento conservador trabalha com o homem real, com sua realidade dia a dia e com a verdade dos significados. Não há espaços para utopias delirantes!
O conservadorismo e a religião
Existe um ódio mortal do marxismo para com a religião, especialmente a de tradição judaico-cristão! Para o pensamento conservador a religião desempenha um papel inegável na vida da sociedade, introduzindo o sagrado e o transcendental que influência em todos os costumes e tradições. Mas o conservadorismo não ver a religião como lei que obriga todo cidadão a obediência. A lei é secular e visa os direitos do cidadão, e não do crente. Sir Roger Scruton continua: ‘’ Essa é uma das conquistas da civilização cristã, ter se mantido fiel à visão cristã do destino humano ao mesmo tempo em que reconhece a prioridade da lei secular’’. Claro, a própria palavra de Deus declara que devemos ser obedientes as autoridades constituídas.
Quem tem medo de ser conservador?
Eu não tenho! Acho o pensamento conservador sofisticado, extenso, amplo, moderno e ao mesmo tempo maduro para com a realidade incentivando o estudo de todos os lados do objeto em busca da verdade, do significado real. Existem uma gama de filósofos conservadores que produziram obras maravilhosas posso citar a Escola inglesa e a Americana e o Brasil. Homens como Edmund Burke, Russel Kirk, Roger Scruton, Theodore Dalrymple,, Thomas Sowell, Mario Ferreira dos Santos, João Camilo de Oliveira Torres, Bruno Garshagen, professor Olavo de Carvalho. Eu sou conservador e estudo o assunto exatamente a quatro anos. O momento brasileiro não é uma onda, é um florecimento e devemos isso algumas editoras brasileira que eu vou citar com prazer: Editora É Realizações, Editora Vide Editorial, Editora Record. Essas são as principais que exatamente a duas décadas traduzem, publicam obras maravilhosas de autores estrangeiros e brasileiros.
Para entender o pensamento conservador
É preciso ler, investir um pouco em livros. Caso contrário, será alvo de armadilhas ideológicas, reprogramações, desinformações. O resultado é uma tragédia! Alienação é estabelecida, a perda da realidade, uma mente que não consegue mais diferenciar verdade e mentira, afrouxamento da convicção. No Brasil existe um costume de ter terror para simples ideia de ler um livro ou participar de debates, uma ‘’cultura’’ anti-conhecimento…imobilismo para entender profundamente o objeto de estudo. O imobilismo produz no brasileiro um sentimento de indiferença. Como o pensamento do outro é diferente do meu, ignorar é a saída. Assim funciona a cabeça de muitos brasileiros…preguiça. Mas são ‘’especialistas’’ em diagnosticar a situação do país: ‘’Este país não presta, não tem jeito’’. Recomendo uma reflexão na crítica do conservador João Camilo de Oliveira Torres: ‘’Brasileiros adotam posição crítica à situação geral, fazem patéticos apelos, mas nada apresentam como solução. Embora repitam todos, diariamente, que ‘’este país está perdido’’, nada procuram encontrar’’. Vamos ler, vamos estudar, vamos compreender! O Brasil que queremos depende de nós!
Soli Deo Gloria
Por Heuring Felix Motta
Colunista da Revista Consciência Cristã
Referências Bibliográficas
1-As ideias Conservadoras- João Pereira Coutinho – Três Estrelas
2-A Política de Prudência – Russel Kirk – É Realizações
3-Como Ser um Conservador – Roger Scruton – Record
4-Invasão Vertical dos Bárbaros – Mário Ferreira dos Santos – É Realizações
5-O que é Conservadorismo – Roger Scruton – É Realizações
6-O Elogio ao Conservadorismo – João Camilo de Oliveira Torres – Arcadia
7-O mínimo que Você Precisa Saber para não ser um Idiota – Olavo de Carvalho – Record
8-Reflexões sobre a Revolução Francesa – Edmund Burke – Edipro
Fontes
1-www.politize.com.br/conservadorismo-pensamento-conservador/
2-tradutoresdedireita.org/o-que-e-conservadorismo/

Via:https://www.conscienciacristanews.com.br/lutaconservadora/

Maxon Nogueira
Soli Deo Gloria 

A doutrina da Trindade é bíblica!

Algumas seitas argumentam que a doutrina da Trindade não aparece em nenhum lugar das Escrituras. Isso é um grande engano. A doutrina da Trindade está na Bíblia, ainda que o termo “Trindade” não esteja. Essa doutrina pode ser resumida em cinco verdades, todas elas ensinadas nas Escrituras:

Primeiro, há um só Deus: “Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus [...] Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça” (Is 44.6,8).

Segundo, o Pai é Deus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Jesus não diz que “somente” o Pai é o Deus verdadeiro, o que faria um contraste entre o Pai e o Filho, mas sim que o Pai é o “único” Deus verdadeiro, o que contrasta o Pai com os deuses falsos.

Terceiro, o Filho é Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Depois da Sua ressurreição, Tomé diz a Jesus: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28). Por isso, em Rm 10.13, Paulo pode aplicar a Jesus a passagem de Jl 2.32, que se refere a Deus: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do SENHOR [Jeová ou Javé] será salvo”.

Quarto, o Espírito Santo é Deus. Mentir a Ele é o mesmo que mentir a Deus (At 5.3,4), ser habitado por Ele é o mesmo que ser habitado por Deus (1Co 3.16,17; Ef 2.22) e Ele perscruta as profundezas de Deus, de modo que só Ele conhece as coisas de Deus (1Co 2.10,11).

Quinto, Pai, Filho e Espírito Santo são pessoas distintas: “Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.16,17). Que o Espírito Santo é uma pessoa fica evidente do fato de que Ele tem características pessoais, pois Ele fala (Mt 10.20), ensina (Jo 14.26), intercede (Rm 8.26,27) e se entristece (Ef 4.30).

Portanto, a doutrina da Trindade é bíblica e precisa ser confessada por todos aqueles que são batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19). Há um só Deus que é três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, cada uma das quais é Deus.

Via:http://teologia-vida.blogspot.com.br/2015/02/a-doutrina-da-trindade-e-biblica.html

Maxon Nogueira
Soli Deo Gloria 

sábado, 7 de outubro de 2017

Graça Comum





Wayne Grudem





I. EXPLICAÇÃO E BASE BÍBLICA


A. Introdução e definição

Quando Adão e Eva pecaram, tornaram-se réus da punição eterna e da separação de Deus (Gênesis 2:17). Do mesmo modo, hoje, quando os seres humanos pecam, eles se tornam sujeito à ira de Deus e à punição eterna: “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Isso significa que, uma vez que as pessoas pecam, a justiça de Deus requer somente uma coisa — que elas sejam eternamente separadas de Deus, alienadas da possibilidade de experimentar qualquer bem da parte dEle, e que elas existam para sempre no inferno, recebendo eternamente apenas a Sua ira. De fato, isso foi o que aconteceu aos anjos que pecaram e poderia ter acontecido exatamente conosco também: “Pois Deus não poupou aos anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juízo” (2 Pedro 2:4).

Mas, de fato, Adão e Eva não morreram imediatamente (embora a sentença de morte começasse a ser aplicada na vida deles no dia em que pecaram). A execução plena da sentença de morte foi retardada por muitos anos. Além disso, milhões de seus descendentes até o dia de hoje não morrem nem vão para o inferno tão logo pecam, mas continuam a viver por muitos anos, desfrutando bênçãos incontáveis nesta vida. Como pode ser isso? Como Deus pode continuar a conferir bênçãos a pecadores que merecem somente a morte — não somente aos que finalmente serão salvos, mas também a milhões que nunca serão salvos, cujos pecados nunca serão perdoados?

A respostas a essas perguntas é que Deus concede-lhes graça comum. Podemos definir graça comum da seguinte maneira: Graça comum é a graça de Deus pela qual Ele dá às pessoas bênçãos inumeráveis que não são parte da salvação. A palavra comum aqui significa algo que é dado a todos os homens e não é restrito aos crentes ou aos eleitos somente.

Diferentemente da graça comum, a graça de Deus que leva pessoas à salvação é muitas vezes chamada “graça salvadora”. Naturalmente, quando falamos a respeito da “graça comum” e da “graça salvadora”, não estamos sugerindo que há duas diferentes espécies de graça no próprio Deus, mas apenas estamos dizendo que a graça de Deus se manifesta no mundo de duas maneiras diferentes. A graça comum é diferente da graça salvadora quanto aos resultados (ela não traz salvação), seus destinatários (é dada aos crentes e descrentes igualmente) e sua fonte (ela não flui diretamente da obra expiatória de Cristo, visto que a morte dEle não obtém nenhuma medida de perdão para os descrentes e, portanto, nem os crentes nem os descrentes fazem jus às suas bênçãos). Contudo, sobre o último ponto, deve ser dito que a graça comum flui indiretamente da obra redentora de Cristo, porque o fato de Deus não julgar o mundo assim que o pecado entrou nele talvez seja apenas porque Ele planejou finalmente salvar alguns pecadores por meio da morte de Seu Filho.


B. Exemplos de graça comum


Se olhamos para o mundo ao nosso redor e o contrastamos com o fogo do inferno que ele merece, podemos ver imediatamente a abundante evidência da graça comum de Deus em milhares de exemplos na vida diária. Podemos distinguir diversas categorias específicas nas quais essa graça comum pode ser vista.

1. A esfera física. Os descrentes continuam a viver neste mundo somente por causa da graça comum de Deus — cada vez que as pessoas respiram é pela graça, pois o salário do pecado é a morte, não a vida. Além disso, a terra não produz somente espinhos e ervas daninhas (Gênesis 3:18), nem permanece um deserto ressequido, mas a graça comum de Deus provê comida e material para roupa e abrigo, muitas vezes em grande abundância e diversidade. Jesus disse: “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos” (Mateus 5:44,45). Aqui Jesus apela para a abundante graça comum de Deus como encorajamento aos seus discípulos, para que eles também concedam amor e orem para que os descrentes sejam abençoados (cf. Lucas 6:35,36). Semelhantemente, Paulo disse ao povo de Listra: “No passado [Deus] permitiu que todas as nações seguissem os seus próprios caminhos. Contudo. Deus não ficou sem testemunho: mostrou sua bondade, dando-lhes chuva do céu e colheitas no tempo certo, concedendo-lhes sustento com fartura e um coração cheio de alegria” (Atos 14:16,17).

O Antigo Testamento também fala da graça comum de Deus que vem aos descrentes tanto quanto aos crentes. Um exemplo específico é o de Potifar, o capitão da guarda do Egito que comprou José como escravo: “o Senhor abençoou a casa do egípcio por causa de José. A bênção do Senhor estava sobre tudo o que Potifar possuía, tanto em casa como no campo” (Gênesis 39:5). Davi fala de modo muito mais geral a respeito das criaturas que o Senhor fez:

“O Senhor é bom para todos; a sua compaixão alcança todas as suas criaturas. [...] Os olhos de todos estão voltados para ti, e tu lhes dás o alimento no devido tempo. Abres a tua mão e satisfazes os desejos de todos os seres vivos” (Salmos 145:9,15,16).

Estes versículos são outro lembrete de que a bondade que é encontrada em toda a criação não acontece automaticamente — ela se deve à bondade de Deus e Sua compaixão.

2. A esfera intelectual. Satanás é “mentiroso e pai da mentira” e “não há verdade nele” (João 8:44), porque lhe foi dado ter domínio sobre o mal e sobre a irracionalidade e comprometimento com a falsidade que acompanha o mal radical. Mas os seres humanos no mundo de hoje, mesmo os descrentes, não estão totalmente entregues à mentira, irracionalidade e ignorância. Todas as pessoas são capazes de ter um pouco de compreensão da verdade; de fato, algumas possuem grande inteligência e entendimento. Isso também deve ser visto como resultado da graça comum de Deus. João fala de Jesus como “a verdadeira luz, que ilumina todos os homens” (João 1:9), pois, em seu papel como criador e sustentador do universo (não particularmente em seu papel como redentor), o Filho de Deus concede iluminação e entendimento que vêm a todas as pessoas no mundo.

A graça comum de Deus na esfera intelectual é vista no fato de que todas as pessoas têm certo conhecimento de Deus: “porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças” (Romanos 1:21). Isso significa que há um senso da existência de Deus e muitas vezes a fome de conhecer Deus que Ele permite que permaneça no coração das pessoas, embora isso resulte muitas vezes em muitos religiões diferentes criadas pelos homens. Portanto, mesmo quando falando a pessoas que sustentavam religiões falsas, Paulo pôde encontrar um ponto de contato com respeito ao conhecimento da existência de Deus, exatamente como fez quando falou aos filósofos atenienses: “Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos [...] o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio” (Atos 17:22,23).

A graça comum de Deus na esfera intelectual também resulta na capacidade de captar a verdade e distingui-la do erro e de experimentar crescimento em conhecimento que pode ser usado na investigação do universo e na tarefa de dominar a terra. Isso significa que toda ciência e tecnologia desenvolvida pelos não-cristãos é resultado da graça comum, permitindo-lhes fazer descobertas e invenções incríveis, para desenvolver os recursos do planeta na criação de muitos bens materiais, para produção e distribuição desses recursos e para alcançar habilidades na obra produtiva. Em sentido prático, isso significa que, cada vez que entramos em uma mercearia, andamos em um automóvel ou entramos em uma casa, devemos lembrar que estamos experimentando os resultados da abundante graça comum de Deus derramada tão ricamente sobre toda a raça.

3. A esfera moral. Pela graça comum Deus também refreia as pessoas de serem tão más quanto poderiam. Novamente o reino demoníaco, totalmente dedicado ao mal e à destruição, proporciona um contraste claro com a sociedade humana, na qual o mal é claramente refreado. Se as pessoas persistem dura e repetidamente em seguir o pecado durante o curso de sua vida, Deus finalmente as entregará ao maior de todos os pecados (cf. Salmos 81:12; Romanos 1:24,26,28), mas no caso da maioria dos seres humanos eles não caem nas profundezas às quais seus pecados normalmente os levariam, porque Deus intervém e coloca freio na sua conduta. Um refreamento muito eficaz é a força da consciência. Paulo diz: “De fato, quando os gentios, que não têm a Lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a Lei; pois mostram que as exigências da Lei estão gravadas em seu coração. Disso dão testemunho também a sua consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os” (Romanos 1:32). E em muitos outros casos, essa sensação interior da consciência leva os indivíduos a estabelecer leis e costumes na sociedade que são, em termos da conduta exterior que eles aprovam ou proíbem, totalmente iguais às leis morais da Escritura. As pessoas muitas vezes estabelecem leis ou têm costumes que respeitam a santidade do casamento e da família, protegem a vida humana e proíbem o roubo e a falsidade no falar. Por causa disso, elas muitas vezes seguem caminhos moralmente retos e exteriormente andam conforme os padrões morais encontrados na Escritura. Embora a conduta moral delas não possa ganhar méritos com Deus, visto que a Escritura claramente diz que “diante de Deus ninguém é justificado pela Lei” (Gálatas 3:11) e “Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (Romanos 3:12), contudo, em algum sentido menor que ganhar a aprovação ou o mérito eterno de Deus, os descrentes realmente fazem “o bem”. Jesus sugere isso quando diz: “E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os 'pecadores' agem assim” (Lucas 6:33).

4. A esfera da criatividade. Deus distribuiu medidas significativas de capacidade em áreas artísticas e musicais, assim como em outras esferas nas quais a criatividade e a habilidade podem expressar-se, como praticar esportes, cozinhar, escrever, e assim por diante. Além disso, Deus nos dá a capacidade de apreciar a beleza em muitas áreas da vida. E nessa área, assim como na esfera física e intelectual, as bênçãos da graça comum são às vezes derramadas sobre os descrentes até mais abundantemente que sobre os crentes. Todavia, em todos os casos, ela é resultado da graça de Deus.

5. A esfera da sociedade. A graça de Deus também é evidente na existência de várias organizações e estruturas na raça humana. Vemos isso primeiramente na família humana, ressaltado pelo fato de que Adão e Eva permaneceram marido e mulher após a queda e então tiveram filhos, homens e mulheres (Gênesis 5:4). Os filhos de Adão e Eva casaram-se e formaram famílias para si mesmos (Gênesis 4:17,19,26). A família humana permanece ainda hoje, não simplesmente como instituição para os crentes, mas para todas as pessoas.

O governo humano é também resultado da graça comum. Ele foi instituído no princípio por Deus após o dilúvio (ver Gênesis 9:6) e, segundo Romanos 13 claramente afirma, foi estabelecido por Deus: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas”. Está claro que o governo é dom de Deus para a raça em geral, pois Paulo diz que a autoridade “é serva de Deus para o seu bem” e que ela é “serva de Deus, agente de justiça para punir quem pratica o mal” (Romanos 13:4). Um dos principais meios que Deus usa para refrear o mal no mundo é o governo humano. As leis humanas, as forças policiais e os sistemas judiciais proporcionam poderosa repressão às más ações, e esses são freios necessários, pois há muito mal no mundo que é irracional e pode ser restringido somente pela força, já que ele não será impedido pela razão ou pela educação. Obviamente a pecaminosidade das pessoas pode também afetar os governos em si mesmos, de forma que o governo humano, igual a todas as outras bênçãos da graça comum que Deus dá, pode ser usado tanto para o propósito do bem como do mal.


6. A esfera religiosa. Mesmo na esfera da religião humana, a graça comum de Deus traz algumas bênçãos para as pessoas incrédulas. Jesus nos diz: “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mateus 5:44), e desde que não há qualquer restrição no contexto para que se ore simplesmente pela salvação deles e como a ordem de orar pelos que nos perseguem é combinada com a ordem de amá-los, parece razoável concluir que Deus pretende responder a nossas orações pelos que nos perseguem em muitas áreas de suas vidas. De fato, Paulo especificamente ordena que oremos “pelos reis e por todos os que exercem autoridade” (1 Timóteo 2:2). Quando procuramos o bem dos descrentes, isso é coerente com a própria prática divina de conceder sol e chuva a “maus e bons” (Mateus 5:45) e também está de acordo com a prática de Jesus durante o Seu ministério terreno, quando Ele curou cada pessoa que lhe era trazida (Lucas 4:40). Não há indicação alguma de que ele tenha exigido que todos cressem nele ou concordassem que ele era o Messias antes de lhes conceder cura física.

Deus responde às orações dos descrentes? Embora Deus não tenha prometido responder às orações dos descrentes como prometeu responder às orações dos que vêm a Ele em nome de Jesus, e embora Ele não tenha obrigação de responder às orações dos descrentes, mesmo assim Deus pode por Sua graça comum ouvir e responder positivamente às orações deles, demonstrando dessa forma Sua misericórdia e bondade de outro modo ainda (cf. Salmos 145:9,15; Mateus 7:22; Lucas 6:35,36). Esse é provavelmente o sentido de 1 Timóteo 4:10, que diz que Deus é o “Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem”. Aqui “Salvador” não significa restritamente “quem perdoa pecados e dá vida eterna”, porque tais coisas não são dadas aos que não crêem. “Salvador” deve ter aqui um sentido mais geral — a saber, “quem resgata da miséria, quem liberta”. Em caso de pobreza e miséria, Deus muitas vezes ouve as orações dos descrentes e os livra graciosamente de seus problemas. Além disso, mesmo os descrentes muitas vezes possuem um senso de gratidão para com Deus pela bondade da criação, pela libertação em meio ao perigo e pelas bênçãos da família, do lar, das amizades e do país.


7. A graça comum não salva pessoas. A despeito de tudo isso, devemos perceber que a graça comum é diferente da graça salvadora. A graça comum não muda o coração humano nem traz pessoas ao genuíno arrependimento ou à fé — ela não pode salvar e não salva pessoas (embora na esfera intelectual e moral ela possa preparar as pessoas para torná-las mais dispostas a aceitar o evangelho). A graça comum refreia o pecado, mas não muda a disposição fundamental de pecar nem purifica a natureza humana decaída.

Devemos também reconhecer que as ações que os descrentes realizam por causa da graça comum não merecem a aprovação ou o favor de Deus. Essas ações não procedem da fé (“tudo o que não provém da fé é pecado”, Romanos 14:23) nem são motivadas pelo amor a Deus (Mateus 22:37), e sim pelo amor ao ego sob uma ou outra forma. Portanto, embora possamos prontamente dizer que as obras dos descrentes que se conformam externamente às leis de Deus são “boas” em algum sentido, contudo elas não são boas em termos de merecer a aprovação de Deus nem de tornar Deus endividado para com o pecador em sentido algum.

Finalmente, devemos reconhecer que os descrentes muitas vezes recebem mais graça comum que os crentes — eles podem ser mais habilidosos, trabalhar com mais esforço, ser mais inteligentes, mais criativos ou ter mais dos benefícios materiais desta vida para desfrutar. Isso não indica de forma alguma que eles são mais favorecidos por Deus no sentido absoluto ou que eles vão ganhar qualquer coisa relativa à salvação eterna, mas significa somente que Deus distribui as bênçãos da graça comum de vários modos, muitas vezes concedendo bênçãos bastante significativas a descrentes. Em tudo isso, obviamente, eles devem tomar consciência da bondade de Deus (Ateus 14:17) e reconhecer que a vontade revelada de Deus é que essa “bondade de Deus” finalmente os conduza “ao arrependimento” (Romanos 2:4).


C. Razões para a graça comum


Por que Deus concede graça comum a pessoas imerecedoras que nunca virão à salvação? Podemos sugerir ao menos quatro razões.

1. Para redimir os que serão salvos. Pedro diz que o dia do juízo e da execução final de punição está sendo retardado porque há ainda mais pessoas que serão salvas. “O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro 3:9,10). De fato, essa razão foi verdadeira desde o princípio da história humana, pois, se Deus quisesse salvar qualquer pessoa entre todos que compõem a humanidade pecaminosa, Ele não poderia destruir todos os pecadores imediatamente (nesse caso não sobraria ninguém da raça humana). Ao contrário, Ele resolveu permitir que seres humanos pecaminosos vivessem algum tempo de modo a ter uma oportunidade de arrependimento e também para que pudessem gerar filhos, capacitando gerações subseqüentes a viver, a ouvir o evangelho e se arrepender.

2. Para demonstrar a bondade e a misericórdia de Deus. A bondade e a misericórdia de Deus não são vistas somente na salvação dos crentes, mas também nas bênçãos que Deus dá aos pecadores que não as merecem. Quando Deus “é bondoso para com os ingratos e maus” (Lucas 6:35), essa bondade é revelada no universo, para a Sua glória. Davi diz: “O Senhor é bom para todos; a sua compaixão alcança todas as suas criaturas” (Salmos 145:9). Na história de Jesus conversando com o moço rico, lemos: “Jesus olhou para ele e o amou” (Marcos 10:21), embora o homem fosse um descrente que no mesmo instante afastou-se de Jesus porque possuía muitas riquezas. Berkhof diz que Deus “derrama incontáveis bênçãos sobre todos os homens e também indica claramente que elas são expressões de uma disposição favorável de Deus que, contudo, fica muito aquém da volição positiva exercida para lhes perdoar, suspender a sentença a eles imposta e assegurar-lhes a salvação”.

Não é injusto Deus retratar a execução da punição do pecado e dar temporariamente bênçãos aos seres humanos, porque a punição não é esquecida, mas apenas retardada. Retardando a punição, Deus mostra claramente que não tem prazer em executar o juízo final, mas, ao contrário, Ele se deleita na salvação de homens e mulheres. “Juro pela minha vida, palavra do Soberano, o SENHOR, que não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam” (Ezequiel 33:11). Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2:4). Em tudo isso o tempo de espera da punição dá uma evidência clara da misericórdia, bondade e amor de Deus.

3. Para demonstrar a justiça de Deus. Quando repetidamente Deus convida os pecadores a virem à fé e repetidamente eles recusam os Seus convites, a justiça de Deus em condená-los é vista muito mais claramente. Paulo adverte que quem persiste na incredulidade está simplesmente acumulando a ira para si mesmo: “Contudo, por causa da teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento” (Romanos 2:5). No dia do juízo todas as bocas serão silenciadas (Romanos 3:19), e ninguém será capaz de contrapor que Deus foi injusto.

4. Para demonstrar a glória de Deus. Finalmente, a glória de Deus é mostrada de muitas formas pelas atividades dos seres humanos em todas as áreas nas quais a graça comum está em operação. No desenvolvimento e no exercício do domínio sobre a terra, homens e mulheres demonstram e refletem a sabedoria do seu Criador, comprovam as qualidades dadas por Deus, as virtudes morais e a autoridade sobre o universo, e coisas semelhantes. Embora todas essas atividades sejam contaminadas por motivos pecaminosos, elas apesar disso refletem a excelência de nosso Criador e, portanto, trazem a glória a Ele, não de forma plena e perfeita, mas ainda assim significativa.


C. Nossa resposta à doutrina da graça comum


Pensando sobre as várias espécies de bondades vistas na vida dos descrentes por causa da graça comum que Deus dá abundantemente, devemos ter em mente três pontos.

1. Graça comum não significa que quem a recebe será salvo. Mesmo uma porção excepcional de graça comum não significa que quem a recebe será salvo. Até as pessoas mais habilidosas, mas inteligentes, mais ricas e poderosas no mundo ainda carecem do evangelho de Jesus Cristo ou serão condenadas eternamente! Os nossos vizinhos mais bondosos e de moral mais elevada ainda carecem do evangelho de Jesus Cristo ou serão condenados eternamente! Exteriormente pode parecer que eles não têm necessidade algumas, mas a Escritura ainda diz que os descrentes são “inimigos de Deus” (Romanos 5:10; cf. Colossenses. 1:21; Tiago 4:4) e são “contra” Cristo (Mateus 12:30). Eles são “inimigos da cruz de Cristo” e “só pensam nas coisas terrenas” (Filipenses 3:18,19), sendo “por natureza merecedores da ira” (Efésios 2:3).

2. Devemos ser cuidados em não rejeitar as coisas boas que os descrentes fazem, considerando-as totalmente más. Pela graça comum os descrentes fazem algumas coisas boas, e devemos ver a mão de Deus nelas, sendo agradecidos por elas, como por exemplo nas amizades, em cada ato de bondade, no que elas trazem de bênçãos para outras pessoas. Tudo isso — embora o descrente não o saiba — procede em última análise de Deus, e Deus merece a glória por tudo.

3. A doutrina da graça comum deveria estimular nosso coração à gratidão muito maior a Deus. Quando descemos uma rua e vemos casas, jardins e famílias vivendo em segurança, ou quando negociamos no mercado e vemos os resultados abundantes do progresso tecnológico, ou quando andamos pelos bosques e vemos a beleza da natureza, ou quando somos protegidos pelas autoridades, ou quando somos educados no vasto conhecimento humano, devemos perceber não somente que Deus, em Sua soberania, é o responsável último por todas essas bênçãos, mas também que Deus as tem concedido aos descrentes, embora eles não tenham absolutamente nenhum mérito com relação a elas! Essas bênçãos no mundo não são apenas evidências do poder e sabedoria de Deus, mas a manifestação contínua da Sua graça abundante. A percepção deste fato deveria fazer nosso coração se encher de gratidão a Deus em cada atividade de nossa vida. Fonte: Teologia Sistemática, Wayne Grudem, Editora Vida, págs. 297-304 Via: Monergismo Maxon Nogueira Soli Deo Gloria