Um miserável pecador salvo por Jesus Cristo!

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Lutar pela verdade é preciso!

Enganam-se os que pensam que a Igreja Cristã deveria esquecer as questões doutrinárias e os tema teológicos polêmicos e dedicar-se somente à pregação simples do Evangelho e ao amor ao próximo. Iludem-se, ao tomar Jesus como exemplo de que devemos aceitar a todos e a tudo, como o Galileu amoroso teria supostamente aceitado a todos de sua época.
A luta pela pureza da fé, a defesa dos pontos fundamentais da revelação de Deus, o conflito com falsos mestres e seus ensinos marcaram não somente o relacionamento de Jesus Cristo para com fariseus e saduceus de sua época, como também os primórdios da Igreja que levou seu nome. É impossível ler o Novo Testamento sem perceber a tremenda luta que os apóstolos enfrentaram para manter a Igreja nascente na verdade revelada e ensinada pelo Senhor.
Os livros do Novo Testamento são, em sua grande maioria, resultado dos esforços de seus autores para alertar os primeiros cristãos contra interpretações diferentes da pessoa e da obra de Jesus Cristo feitas por pessoas nem sempre movidas de boas intenções. O apóstolo João escreveu seu Evangelho no contexto da infiltração dos ensinamentos do gnosticismo incipiente do século I. Sua primeira carta claramente combate uma versão do Cristianismo que negava a plena humanidade de Jesus. Judaizantes, libertinos, gnósticos, seguidores de Balaão e de Jezabel infestaram as primeiras comunidades de cristãos com idéias e versões sobre Jesus sutilmente diferentes do Cristo anunciado pelos apóstolos. Foi para combater estes falsos mestres que grande parte do Novo Testamento foi escrito.
Foi a luta de Paulo contra os judaizantes que nos deu as grandes cartas onde encontramos a doutrina da justiça pela fé, Gálatas e Romanos. Longe de aceitar a interpretação legalista daqueles judeus supostamente convertidos à fé cristã, Paulo combateu-os a ferro e fogo, considerando que a sobrevivência da Igreja dependia diretamente de uma compreensão correta da obra de Cristo.
Ao iniciar sua carta, Judas – não o Iscariotes – convoca os seus leitores a batalharem pela fé cristã, diante da introdução dissimulada de libertinos em suas igrejas (Judas 3-4). Judas considerava a doutrina dos libertinos, não um entendimento diferente e aceitável da obra de Cristo, mas como uma perigosa heresia que arruinaria as igrejas e a fé de muitos. A fé cristã, ou seja, aquele conjunto de verdades no qual depositamos a nossa fé, já havia sido entregue aos santos, aos cristãos, e era necessário militar ardorosamente para que não fosse corrompida por falsos ensinamentos. É a mesma atitude que encontramos nos demais escritos neotestamentários.
A luta da igreja apostólica foi apenas o início. Até o dia de hoje a Igreja Cristã sofre ataques advindos das mais variadas fontes, cujo objetivo é distorcer o Evangelho de Cristo conforme nos foi ensinado por seus apóstolos. A luta pela manutenção da verdade do Evangelho sempre marcou a história da Igreja. Hoje, não é diferente.
Dada as complexidades teológicas destes ensinamentos destoantes, sua sutileza e apelo às mentes vacilantes e corações fracos, o trabalho dos pastores e líderes evangélicos deveria incluir prioritariamente o ensino das Escrituras, com práticas sadias de interpretação, exposição bíblica e confrontação paciente e amorosa dos erros e equívocos entre aqueles sob seus cuidados. E acima de tudo, encorajá-los e fortalecê-los nas grandes doutrinas fundamentais do Evangelho de Cristo.
Que Deus levante pastores e mestres assim.

Agusutus Nicodemus Lopes em seu perfil no facebook.
https://www.facebook.com/AugustusNicodemusLopes/posts/1585220464863692?notif_id=1506682847228167&notif_t=notify_me_page

Maxon Nogueira
Soli Deo Gloria

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Não Consigo Entender Cristãos Que Se Dizem Comunistas

Há pouco tempo participei no Rio Grande do Sul, como preletor de um Congresso Missionário organizado pela Igreja Irmãos Menonitas. Na ocasião tive a oportunidade de conhecer e conversar com um pastor octagenário, cuja família sofreu horrores nas mãos de Stalin.  De forma emocionante, meu novo amigo me contou as barbáries cometidas pelo ditador russo, bem como, a forma sangrenta com que milhares de cristãos menonitas foram mortos em nome do comunismo. 

Pois é, ao ouvir sobre os tristes relatos de irmãos em Cristo que foram assassinados por esse maldito sistema fui tomado de grande emoção. Segundo o pastor quase 100 mil menonitas foram mortos ou levados para apodrecerem nas masmorras da Sibéria.

À luz de histórias como essa, confesso que não consigo entender como é que cristãos podem se dizer comunistas.  Lamentavelmente tem sido comum encontrarmos nesse brasilzão de meu Deus, uma relativa quantidade de crentes em Jesus identificados com o comunismo. Para tanto, basta andarmos pelas ruas ou visitarmos algumas reuniões evangélicas que encontraremos jovens vestidos com camisetas estampadas com as fotos de Che Guevara, Fidel Castro e outros tantos mais. Se não bastasse isso, volta e meia vejo pastores e teólogos fazendo alusões “positivas” tanto no púlpito, como nos seminários a idealistas como Karl Marx e Friedrich Engels.

Caro leitor, talvez você não saiba mas o comunismo matou mais pessoas do que o Nazismo de Hitler. De acordo com "Le livre noir du communisme" (Livro Negro do Comunismo)  o comunismo produziu quase 100 milhões de vítimas, em vários continentes, raças e culturas.

Os números de mortos pelo comunismo estão assim classificados por ordem de grandeza: China (65 milhões de mortos); União Soviética (20 milhões); Coréia do Norte (2 milhões); Camboja (2 milhões); África (1,7 milhão, distribuído entre Etiópia, Angola e Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão); Vietnã (1 milhão); Leste Europeu (1 milhão); América Latina (150 mil entre Cuba, Nicarágua e Peru); movimento comunista internacional e partidos comunistas no poder (10 mil).

O comunismo fabricou três dos maiores carniceiros da espécie humana - Lênin, Stálin e Mao Tse-tung. Lênin foi o iniciador do terror soviético. Enquanto os czares russos em quase um século (1825 a 1917) executaram 3.747 pessoas, Lênin superou esse recorde em apenas quatro meses, após a revolução de outubro de 1917.

Fidel Castro é o campeão absoluto da "exclusão social", pois 2,2 milhões de pessoas, 20% da população de Cuba, tiveram que fugir durante o regime comunista. Fidel criou uma nova espécie de refugiado, os "balseros", (fugiam de Cuba em balsas improvisadas), milhares dos quais naufragaram antes de alcançarem a liberdade.

Prezado irmão,  alguém já disse que o o comunismo é uma das mais bem sucedidas armas satânicas dos últimos tempos, e  que tem destruido milhões de pessoas no mundo, incutindo na mente de jovens e adultos tanto o ateísmo como  o materialismo. O famoso primeiro ministro inglês Winston Churchill (1874-1965), afirmou que o socialismo é o evangelho da inveja, o credo da ignorância, e a filosofia do fracasso. Martin Luther King chegou a afirmar que o comunismo existe  por que o cristianismo não está sendo suficientemente cristão.

Isto posto, a  luz destas afirmações, além é claro de entender que o comunismo ASSASSINOU milhares de cristãos no século XX, sou levado a acreditar que boa parte dos evangélicos  se envolveram  com essa filosofia satânica e maldita por desconhecimento histórico, até porque, recuso-me a acreditar que existam pessoas regeneradas pelo Espírito de Deus que verdadeiramente acreditem neste sistema do mal.

Pense nisso!

Renato Vargens

Via: http://renatovargens.blogspot.com.br/2012/09/a-incompatibilidade-entre-ser-cristao-e.html


Maxon Nogueira
Soli Deo Gloria

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Teologia Reformada

Teologia reformada, por James Montgomery

A teologia Reformada recebe o seu nome a partir da Reforma Protestante do século XVI, com suas ênfases teológicas distintas, entretanto é uma teologia solidamente baseada na própria Bíblia. Os crentes que seguem a tradição Reformada estimam as contribuições específicas de pessoas como Martinho Lutero, John Knox, e particularmente João Calvino, mas eles também encontram seus poderosos distintivos nos gigantes da fé, que viveram antes deles, tais como Anselmo e Agostinho, e, finalmente, nas cartas de Paulo e nos ensinamentos de Jesus Cristo. Os Cristãos Reformados sustentam as doutrinas características de todos os Cristãos, incluindo a Trindade, a verdadeira Divindade e verdadeira humanidade de Jesus Cristo, a necessidade da expiação de Jesus pelo pecado, a igreja como uma instituição Divinamente ordenada, a inspiração da Bíblia, a exigência de que os Cristãos vivam vidas moralmente corretas, e a ressurreição do corpo. Eles sustentam outras doutrinas em comum com os Cristãos evangélicos, como a justificação pela fé, a necessidade do novo nascimento, o retorno pessoal e visível de Jesus Cristo, e a Grande Comissão. O que, então, é distintivo em relação à teologia Reformada?

1. A Doutrina da Escritura.

O compromisso Reformado com a Escritura enfatiza a inspiração, autoridade e suficiência da Bíblia. Visto que a Bíblia é a Palavra de Deus e por isso tem a autoridade do próprio Deus, as pessoas Reformadas afirmam que esta autoridade é superior à de todos os governos e a todas as hierarquias da Igreja. Essa convicção deu aos crentes Reformados a coragem de portarem-se contra a tirania e fez com que a teologia Reformada se tornasse uma força revolucionária na sociedade. A suficiência das Escrituras significa que elas não precisam de ser complementadas por uma revelação especial nova ou em curso. A Bíblia é o guia completamente suficiente para a nossa maneira de pensar e sobre como devemos viver como Cristãos.

Os Reformadores, e particularmente João Calvino, ressaltaram como a forma e o objetivo da Palavra escrita e o ministério interior e sobrenatural do Espírito Santo trabalham em conjunto, o Espírito Santo iluminando a Palavra para o povo de Deus. A Palavra sem a iluminação do Espírito Santo continua a ser um livro fechado. A suposta direção do Espírito sem a Palavra leva a erros e excessos. Os Reformadores também insistiram sobre o direito dos crentes de estudarem as Escrituras por si mesmos. Apesar de não negarem o valor de professores formados, eles compreenderam que a clareza das Escrituras em assuntos essenciais para a salvação torna a Bíblia propriedade de todo crente. Este direito de acesso sempre vem acompanhado da responsabilidade de uma interpretação cuidadosa e precisa.

2. A Soberania de Deus.

Para a maioria do povo Reformado o principal e mais distintivo artigo do credo é a soberania de Deus. Soberania significa governo, e a soberania de Deus significa que Deus governa Sua criação com poder e autoridade absolutos. Ele determina o que acontecerá, e isto acontece. Deus não está alarmado, frustrado ou derrotado pelas circunstâncias, pelo pecado, ou pela rebelião de Suas criaturas.

3. As Doutrinas da Graça.

A teologia Reformada enfatiza as Doutrinas da Graça, mais conhecidas pelo acrônimo TULIP, embora este acrômio não corresponda aos melhores nomes possíveis para as cinco doutrinas.

T significa Total Depravity [Depravação Total]. Isso não significa que todas as pessoas são tão más quanto elas poderiam ser. Significa, sim, que todos os seres humanos são afetados pelo pecado em todas as áreas de seus pensamentos e conduta pelo que nada que sai de algum homem à parte da graça regeneradora de Deus pode agradar a Deus. No que concerne aos nossos relacionamentos com Deus, estamos todos tão arruinados pelo pecado que nenhum de nós pode entender adequadamente Deus ou os caminhos de Deus. Também não buscamos a Deus, a menos que Ele primeiro opere dentro de nós para nos conduzir a busca-lO.

U significa Unconditional Election [Eleição Incondicional]. Uma ênfase na eleição incomoda muitas pessoas, mas o problema que eles sentem não é, na verdade, com a eleição; é com a depravação. Se os pecadores são tão desamparados em sua depravação como a Bíblia diz que eles são, incapazes de entender e sem vontade de buscar a Deus, então a única maneira que eles poderiam ser salvos é se Deus tomar a iniciativa de transformá-los e salvá-los. Isto é o que significa a eleição. É Deus escolhendo salvar aqueles que, se não fosse a Sua escolha soberana e Suas ações subsequentes, certamente pereceriam.

L significa Limited Atonement [Expiação Limitada]. Este nome é potencialmente enganoso, pois parece sugerir que os Reformados querem de alguma forma restringir o valor da morte de Cristo. Este não é o caso. O valor da morte de Jesus é infinito. A questão é: qual é o propósito da morte de Cristo, o que Ele realizou na mesma? Será que Cristo pretendeu fazer da salvação nada além de uma possibilidade? Ou Ele realmente salva aqueles por quem Ele morreu? A teologia Reformada enfatiza que Jesus realmente expiou os pecados daqueles a quem o Pai havia escolhido. Na verdade, Ele propiciou a ira de Deus para com o Seu povo, tendo levado o seu julgamento sobre Si, em verdade redimiu, e, de fato, reconciliou essas pessoas específicas com Deus. Um nome melhor para expiação “limitada” seria redenção “particular” ou “específica”.

I significa Irresistible Grace [Graça Irresistível]. Sozinhos nós resistimos à graça de Deus. Mas quando Deus trabalha em nossos corações, regenerando-nos e criando uma vontade interior renovada, então o que era indesejável antes torna-se altamente desejável, e corremos para Jesus apenas como anteriormente nós corremos para longe dEle. Pecadores caídos resistem à graça de Deus, mas a Sua graça regeneradora é eficaz. Ela supera o pecado e cumpre o propósito de Deus.

P significa Perseverance of the Saints [Perseverança dos Santos]. Um nome melhor seria “a perseverança de Deus com os santos”, mas ambas as ideias estão realmente envolvidas. Deus persevera conosco, nos impedindo de apostatar, o que certamente faríamos se Ele não fosse conosco. Mas porque Ele persevera nós também perseveramos. Na verdade, a perseverança é a prova definitiva de eleição. Nós perseveramos porque Deus nos preserva de cair e de nos desviarmos dEle total e finalmente.

4. O Mandato Cultural.

A teologia Reformada também enfatiza o mandato cultural, ou a obrigação dos Cristãos de viverem ativamente na sociedade e trabalharem para a transformação do mundo e de suas culturas. O povo Reformado teve vários pontos de vista nesta área, dependendo do grau em que eles acreditam que tal transformação era possível. Entretanto, no geral, eles concordam em duas coisas. Primeiro, somos chamados a conviver no mundo e não para nos retiramos dele. Isso leva os crentes Reformados para longe do monasticismo. Em segundo lugar, que devemos alimentar os famintos, vestir os nus e visitar o prisioneiro. Contudo, as principais necessidades das pessoas ainda são as espirituais, e o trabalho social não é um substituto adequado para o Evangelismo. Na verdade, os esforços para ajudar as pessoas só serão verdadeiramente eficazes à medida que seus corações e mentes forem mudados pelo Evangelho. Isso leva os crentes Reformados para longe do mero humanitarismo. Tem sido objetado à teologia Reformada que qualquer um que acredita nas doutrinas Reformadas perde toda a motivação para o evangelismo. “Se Deus fará o trabalho, por que eu deveria me preocupar?”, porém não é isso que realmente acontece. É pelo fato de Deus fazer a obra que podemos ser ousados para fazer o que Ele nos manda fazer. Fazemo-lo com alegria, sabendo que nossos esforços não serão em vão.

Via: ReformedReader.org
Tradução por William Teixeira e Revisão por Camila Almeida de OEstandartedecristo.com Via:Reforma89 Maxon Nogueira SoliDeoGloria

Lendo os Salmos devocionalmente


por Joe Holland

Os Salmos formam o maior conjunto de um dos gêneros mais únicos do cânon bíblico, a saber, o gênero de música e poesia. Cristãos evangélicos tendem a negligenciar esse gênero por diversas razões. Em nosso modo de pensar ocidental pós-Reforma, pós-iluminismo, a maioria pensa que as partes mais didáticas da Escritura são mais importantes porque são cheias de afirmações lógicas e proposicionais. Alguns pensam que poesia e música são, de alguma forma, menos masculinas. Isso é uma visão completamente não ortodoxa de música, adoração e masculinidade. A maioria dos homens não gostariam de encontrar com o rei Davi em um beco escuro; ainda assim, o melhor poeta e compositor que esse mundo já viu! Biblicamente falando, enxergamos um forte laço entre canto, poesia e masculinidade. Ainda há aqueles que não percebem as qualidades únicas da poesia e música hebraica. Por exemplo: a poesia hebraica tende a “rimar” pensamentos e temas, ao invés de rimar o sons das palavras, embora também faça isso. É por essas e outras razões que muitas vezes sentimos dificuldades, quando se trata de ler qualquer poesia ou canção na Bíblia – sem falar de um livro com 150 delas!

Ao mesmo tempo, e de uma forma única e culturalmente esquizofrênica, somos obcecados com devocionais e literaturas especializadas. Queremos canja de galinha para nossa alma, o manual de estudo para a mulher e o guia devocional do homem para evangelismo no golfe. Um bufê de comida chinesa tem menos opções do que uma livraria cristã tem de material devocional extra-bíblico.

Somos uma cultura obcecada com devocionais com um pé atrás com a poesia canônica. Você está começando a ver o problema? Duas mudanças na igreja cristã contribuíram substancialmente para a forma com que os cristãos negligenciam os Salmos como material devocional.

Primeiro, cristãos agora tem acesso à Bíblia de formas que nunca tiveram antes. Da impressora ao aplicativo no celular, cristão tem aumentado cada vez mais o acesso à Palavra de Deus. Devemos notar que isso é um maravilhoso dom de nosso Deus gracioso. Mas também devemos considerar o quanto isso mudou a forma com que a comunidade cristã aborda a Bíblia. Até a Bíblia se tornar presente em todas as casas e todos os celulares, o acesso predominante à palavra inerrante de Deus para o cristão comum se dava por meio dos componentes litúrgicos, especialmente as partes cantadas, da adoração cristã. E até pouco Séculos atrás, essa era uma dieta composta quase unicamente de Salmos.

Em segundo lugar, os cristãos dos últimos dois milênios de existência da igreja da nova aliança estão cantando cada vez menos os salmos. Eu não sou contra cantarmos músicas fora do saltério, de forma alguma. Creio que devemos incluí-los como parte do repertório. Mas também é inegável que cantar salmos está em declínio na adoração cristã, não no auge.

Então temos uma série de coisas agindo em conjunto. Temos cristãos obcecados com devocionais e avessos a poesia interagindo cada vez menos com os salmos na adoração. Pode ser que esses aspectos da minha avaliação caricata do evangelicalismo tenham ressoado em você, e você gostaria de integrar os salmos na sua vida devocional. Como é que se faz isso?

6 dicas pra ler os Salmos devocionalmente

1) Encontre um plano de leitura dos salmos. Seu primeiro passo é encontra um plano de leitura dos salmos. Uma rápida busca na internet pode ser tudo o que você precisa para encontrar um que te agrade. O bom de ler os salmos sucessivamente em, digamos, um mês, é que eles não são consecutivos, logo, se você não puder fazer uma ou outra leitura, você pode começar de onde parou sem precisar pular algumas partes. Você pode até mesmo ler apenas um salmo por dia e, assim, ler todos os salmos duas vezes por ano.

2) Utilize recursos que mostram Jesus nos salmos. Tão importante quanto encontra rum plano de leitura e segui-lo é encontrar recursos que mostram como os salmos apontam para a pessoa e a obra de Jesus. As razões por que isso é tão importante é porque os autores do Novo Testamento enxergavam os salmos como material crucial para o entendimento de quem Jesus era e o que ele veio fazer. Há, aproximadamente, 147 referências diretas aos salmos no Novo Testamento. Há quase tantas citações de salmos no Novo Testamento quanto há salmos no saltério! Os salmos são fundamentalmente messiânicos.

3) Marque sua cópia dos salmos. Se há um livro da Bíblia que merece uma boa dose de marcação ou sublinhados, é o livro dos Salmos. Por que não conectar a sugestão anterior com essa e marcar todas as 147 referências do Novo Testamento a eles?

4) Ore os salmos. Isso é chave. Os salmos são, fundamentalmente, orações cantadas. Você pode não ser um cantor de salmos (veja o próximo ponto), mas você, definitivamente, deveria ser um orador de salmos. Conforme você lê os salmos, leia-os em voz alta, parafraseando como sendo suas próprias orações. Fazer isso, com o tempo, te ajudará a desenvolver uma vida de oração saudável que utiliza temas e vocabulário da própria Bíblia.

5) Cante os Salmos. Isso é um pouco mais difícil se a sua igreja não faz isso ou você não é muito musical. Mas também é possível encontrar alguns bons recursos na internet para te ajudar a fazê-lo.

6) Leia os Salmos com outros. Por último, ler os salmos com outras pessoas te dá uma perspectiva mais profunda, conforme vocês discutem o que estão aprendendo. Se você encontrou um bom plano de leitura, por que não convidar um amigo para fazê-lo junto com você? Saber que outros estão lendo os mesmos salmos ao mesmo tempo ou nos mesmos dias pode ser uma prática única e edificante.

Tags: Bíblia, devocional, leitura, oração, Salmos, vida cristã


Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais. Via: Reforma21 Maxon Nogueira Soli Deo Gloria

A História Batista Reformada

Ao se falar na história dos Batistas temos que levar em consideração o termo “Reformados”, isso irá distinguir e focalizar o tipo pela qual será exposto aqui. Porém, ao se falar na história batistas há pelo menos três teorias, começaremos pelas duas teorias que não representam as denominações batistas reformadas confessionais contemporâneas.

A influência anabatista

Muitos batistas pensam que vieram dos Anabatistas provavelmente pela palavra “batista”. Mas esse grupo realmente representa a fé Batista? Os Anabatistas foram uma comunidade de rebeles no período da Reforma, haviam vários subgrupos e diversas controvérsias entre eles, se dividiram em “Anabatistas revolucionários” e “Anabatistas evangélicos”[1], alguns eram a favor do uso de armas como Jan Matthys, um dos líderes dos Anabatistas radicais, se autoproclamava Enoque, e afirmava que a cidade de Münster, na Alemanha, seria a Nova Jerusalém. Matthys, juntamente com seus seguidores, tomou o poder da cidade em 1534, quando se iniciou, então, um regime de terror. Já os Anabatistas “evangélicos” rejeitavam a posição ortodoxa do Cristianismo acerca do pecado[2]. Além disso seguiam a doutrina Romana da justificação, que o homem pode ser justo aos olhos de Deus com base nas próprias obras de Justiça. Alguns negavam que Cristo havia nascido da virgem Maria, dizendo que Ele teve apenas a origem celestial. Acreditavam também que devemos ser separados do mundo, que o cristão não deve nem sequer exercer cargos, esses provavelmente se tornaram os Menonitas[3]. Eles rejeitavam o batismo infantil e afirmavam o batismo de crente, mas o modo era por aspersão, não efusão ou imersão.

Quando olhamos para os Anabatistas devemos concordar que há algumas similaridades com os primeiros Batistas Gerais, mas em geral essas semelhanças eram pequenas e nem sempre conexas. No fim das contas, devemos dizer que esse grupo de Cristãos não reflete os ensinamentos históricos dos Batistas. A maior parte da história dos Batistas nos mostra que eles sempre mantiveram uma forte posição bíblica acerca do pecado, tanto em nossa natureza como em nossas ações; não se trata de uma mera enfermidade. Os Batistas sempre mantiveram sua fé no nascimento virginal e reconhecem que isso implica na doutrina da natureza de Cristo, Deus-Homem, e que tal fato não foi uma mera ilusão celestial. Além disso, apoiaram firmemente a justificação redescoberta pela Reforma — que é baseada unicamente na justiça de Cristo, e não na nossa justiça, pois não há justiça alguma em nós. E finalmente, os Batistas sempre defenderam que as Escrituras devem ser estudadas e aplicadas diariamente pelos fiéis através do poder do Espírito Santo e não devem ser seguidas em uma imitação cega ou uma fé repentina. Portanto, devemos rejeitar, como a história mostra, que os Batistas se originaram dos Anabatistas.

Sucessão Batista

Essa outra teoria, tem poucos adeptos hoje, afirma que as igrejas batistas podem ser traçadas através das eras em sucessão initerrupta de igrejas Batistas até Jesus Cristo e João Batista. Não queremos afirmar que nossa herança Batista não venha de Cristo e das verdades contidas nas Sagradas Escrituras, mas rejeitamos que as verdadeiras igrejas Batistas surgiram no Novo testamento.

Também devemos ser lembrados de que a maioria dos primeiros Batistas rejeitou a teoria do continuísmo. John Smyth foi um desses, como podemos ver em seus escritos: “Nego toda sucessão, exceto a da verdade” e “Não existe continuísmo na igreja visível; toda sucessão vem do céu”[4]. Thomas Helwys, ao falar contra a posição continuísta, disse: “Nenhum homem nunca será capaz de provar isso […] seja isso lançado fora, uma vez que não provêm da Palavra de Deus, que ele ou eles foram os primeiros”[5]. Também, John Spilsbury, um pastor Batista Particular, afirmou: “Não existe sucessão no Novo Testamento, mas sim o que vêm espiritualmente pela fé e pela Palavra de Deus” e “Batistas não são parte de qualquer sucessão de igrejas batistas até os apóstolos, a origem da denominação Batista Particular deve ser datada algum tempo depois de 1633 e o mais tardar em 1638”. Essa última citação nos fornece a maneira correta de olhar para nós mesmos como Batistas. Embora não tenhamos existido desde sempre como a denominação Batista [assim como os Presbiterianos, Congregacionais, Assembleianos, etc.] é sobre a verdade eterna da Palavra de Deus que fomos edificados! Outra vez, somos lembrados disso na Confissão de Fé Batista, capítulo 26.3:

Mesmo as igrejas mais puras sobre a terra estão sujeitas a erros doutrinários e a comprometimentos. Algumas se degeneraram tanto, que deixaram de ser Igrejas de Cristo, e passaram a ser sinagogas de Satanás. A despeito disso, porém, Cristo sempre teve e sempre terá um reino neste mundo, até o fim dos tempos. Esse reino é formado dos que nEle creem e confessam o se nome. Certo, visto que nós os Batistas Particulares, Calvinistas, Confessionais, Pactuais, não viemos dos Anabatistas nem de nenhuma “sucessão apóstolica”, de onde viemos?

Os Separatistas

Viemos do movimento separatista inglês, o Congregacionalismo. Que afirmava que a igreja era formada por redimidos, que não concordavam com a liturgia e hierarquia governamental na Igreja. Foi a partir desse chamado à igreja que surgiu a “denominação Batista” como conhecida hoje, nenhum estudioso renomado contestou isso na ultima metade do século[6].

Batistas Gerais

A primeira igreja dos Batistas Gerais foi fundada em 1608 ou 1609 por John Smyth, na Holanda. Ele foi um ex-clérigo Anglicano que foi preso e por não se conformar com as práticas da igreja da Inglaterra. O motivo de sua revolta foi seu contato com Menonitas em Amsterdã por volta de 1606, foi ai que passou a se opor ao batismo infantil. Então foi convencido de que precisava se batizar como crente e batizou a si mesmo por aspersão, já que era a forma universal de batismo na Holanda e Alemanha[7]. Com a sua morte, muitos de seus membros migraram para a igreja dos Menonitas, mas na Inglaterra Thomas Helwys liderou o pequeno grupo de Batistas Gerais em 1611, rejeitando o Calvinismo e confirmando o “cair da graça”. Em 1624 haviam cinco igrejas Batistas Gerais, em 1650, um total 47.

Batistas Particulares

Os Batistas Particulares foram um grupo distinto, surgiram do movimento separatista por volta de 1630 sob influencia do reformador João Calvino, mantinham forte posilão a favor da Expiação Particular [ou limitada], e por isso levaram esse nome. Fundaram as primeiras igrejas entre 1633 e 1638, chegando a sete igrejas em 1644, essas sete igrejas elaboraram a primeira Confissão de Fé Batista de Londres, que precedeu a Confissão de Fé de Westminster publicada em 1646. Essa primeira confissão rejeitava insinuações de que eles eram Anabatistas, demonstrando que os Batistas Particulares não compactuavam com esses Anabatistas alemães. A segunda confissão foi elaborada em 1677 refletindo a Confissão de Fé de Westminster e a Declaração de Savoy, essa nova Confissão Batista concordava em grande parte com a Confissão de Westminster, com exceção do batismo, governo da igreja, interpretação da doutrina dos pactos e matrimônio. Com o advento do “Novo Mundo”, Batistas Particulares se espalharam pela América criando novas Confissões de Fé Batistas Americanas ainda que menos importantes em essência e história que a Confissão Batista de Londres de 1689, nossa principal confissão de fé.

Igreja reformada sempre refomando

Portanto segue-se que os Batistas Particulares oriundos do movimento puritano e separatista inglês, não advêm de uma sucessão de igrejas do Novo Testamento, nem dos Anabatistas, mas sim do movimento puritano congregacional e da volta ao exame das Escrituras. O lema da Reforma é “Reforma sempre reformando”, jamais consideramos que alguma igreja visível seja “A Santa Igreja”. Os Reformadores inicialmente procuraram reformar uma igreja na qual acreditavam ser o verdadeiro corpo de Cristo. Eles assumiram que tanto o batismo quanto a ordenação da Igreja Romana ainda fossem válidos em certo sentido. Os Reformadores trabalharam para reformar “A igreja”, que já existia. Desse modo, como Batistas cremos que devemos sempre estar retornando às Escrituras, por isso nós Batistas Particulares, Confessionais ou simplesmente Reformados, cremos que estamos consistentes com as verdades bíblicas contidas na Santa Escritura.


Foram usados como fontes:
Uma introdução à história dos Batistas, por Chris Traffanstedt. Disponível em http://www.oestandartedecristo.com

http://www.reformedreader.org/

[1]”Anabaptist Theology” in New Dictionary of Theology [“Teologia Anabatista” Segundo o Novo Dicionário

de Teologia], (InterVarsity Press: Downers Grove, Illinois, 1988), p. 18.
[2] Ibid, p. 18.

[3] Os Menonitas (ou mennonitas) são um grupo de denominações cristãs que descende diretamente do movimento anabatista que surgiu na Europa no século XVI, na mesma época da Reforma Protestante.

[4] J. H. Shakespeare, p. 183. Hudson, The Encyclopedia Americana, III, 219-20, designated 1633 as the year in which the first Particular “Baptist Church was formed in London.”

[5] Citado em H. Leon McBeth The Baptist Heritage, p.60.

[6] H. Leon McBeth, The Baptist Heritage [A Herança Batista], (Broadman Press: Nashville, 1987), p.31.

[5] Whitsitt, Universal Cyclopaedia, I, 489; Whitsitt said, A Question, p. 51, that this church was “the earliest Anabaptist church, that was composed exclusively of English people.” In Agreement with Whitsitt’s interpretation that Smyth baptized himself, Vedder, p. 203, concluded: “Smyth is generally called the ‘Se-Baptist,’ which means that he baptized himself. There can be no doubt that such was the case, since an acknowledgement of the fact still exists in his own handwriting.” Via: https://reforma89.wordpress.com/2016/06/25/a-historia-batista-reformada/ Maxon Nogueira Soli Deo Gloria

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Ame o Senhor Jesus Cristo! – Thomas Brooks

Observem para que vós ameis o Senhor Jesus Cristo com um amor supremo, com um amor elevadíssimo. Não há ninguém que tenha sofrido tanto por você como Cristo; não há ninguém que possa sofrer por você como Cristo [sofreu].  Um pouco da medida de ira que Cristo tem suportado por você, teria quebrado os corações, pescoços, e costas de todas as criaturas existentes.

Ó meus amigos! Não há amor, mas [exceto] um amor superlativo que é de todas as maneiras adequado aos sofrimentos transcendentes do amado Jesus. Ó, amem a Ele acima de suas paixões, amem a Ele mais do que a seus relacionamentos, amem a Ele acima do mundo; acima de todos os seus contentamentos e deleites exteriores; sim, amem a Ele mais do que as suas próprias vidas; pois assim os patriarcas, profetas, apóstolos, santos, Cristãos primitivos, e os mártires do passado, amaram o nosso Senhor Jesus Cristo, com um amor [mui] elevado:

Rev. xii . 11 : “Eles não amaram as suas vidas até à morte; ou seja, eles menosprezaram, desprezaram, sim, desprezaram as suas vidas, expondo-as ao perigo e perda, por amor ao Cordeiro, “que os lavou em seu sangue”. Eu li de um Kilian, um professor de holandês, que ao ser questionado se ele não amava sua mulher e filhos, respondeu, fosse todo o mundo um aglomerado de ouro, e em minhas mãos para dispô-lo, eu o deixaria aos pés dos meus inimigos, para viver com eles em um cárcere; mas a minha alma e meu Salvador são mais preciosos a mim do que tudo.

Se o meu pai, disse Jerônimo, se pusesse diante de mim, e minha mãe me segurasse, e meus irmãos se pressionassem sobre mim, eu avançaria por entre meus irmãos, derrubaria meu pai, e pisaria sobre os pés de minha mãe, para apegar-me a Cristo.  Tivesse eu dez cabeças, disse Henry Voes, todas elas seriam cortadas por Cristo.  Disse o mártir John Ardley: se cada fio de cabelo da minha cabeça fosse um homem, eles todos deveriam sofrer pela fé em Cristo.

Deixem queimar, cremalheiras¹, polias, disse Inácio, e todos os tormentos do inferno venham sobre mim, para que eu possa ganhar a Cristo. O Amor levou Jerônimo a dizer: Ó, meu Salvador, Tu morreste por amor de mim? Um amor mais triste do que a morte; mas a mim, a morte é mais amorável do que o próprio amor. Eu não posso viver, amando a Ti, e estando longe de Ti.

George Carpenter, ao ser questionado se não amava a sua esposa e filhos, que estavam chorando diante dele, respondeu: Minha mulher e filhos! Minha mulher e filhos! São mais queridos a mim do que toda a Bavária; contudo, por amor a Cristo, eu não os conheço. Esta bem-aventurada virgem foi condenada à fogueira por Cristandade no Basil, e sendo os seus bens e vida oferecidos a ela, caso cultuasse ídolos, bradou: “Deixe perecer o dinheiro, e consumir-se a vida, Cristo é melhor do que tudo.”

Os sofrimentos de Cristo são as maiores glórias dos santos; eram nestas coisas no que eram mais glorificados: Crudelitas vestra, gloria nostra, sua crueldade é a nossa glória, disse Tertuliano. É relatado sobre Bábilas², que quando estava prestes a morrer por Cristo, ele desejou esta permissão: que seus grilhões pudessem ser queimados com ele, como insígnias de sua honra.

Desta forma, vocês veem que amor supremo, com um amor mui elevado, os primeiros santos amaram nosso Senhor Jesus, e podem vocês, cristãos, que são frios e débeis em seu amor a Cristo, lerem sobre estes casos, e não ficarem envergonhados?

Certamente quanto mais Cristo padeceu por nós, tanto mais amado Cristo deveria ser a nós; quanto mais penosos os Seus sofrimentos foram por nós, quanto mais doce o Seu amor deve ser a nós, e mais eminente deve ser o nosso amor a Ele. Ó, deixem um Cristo sofredor repousar mais perto de seus corações, deixem-nO ser o seu Maná, sua Árvore da Vida, sua Estrela da Manhã.

É melhor separar-se de tudo do que desta pérola de valor. Cristo é este tubo de ouro através do qual se derrama o azeite dourado da salvação, e ó, o quanto isto deveria inflamar nosso amor a Cristo! Ó se nossos corações fossem mais afetados pelos sofrimentos de Cristo! Quem pode caminhar sobre estas brasas, e seu coração não queimar em amor a Cristo, e clamar com Inácio: “Cristo, meu amor, está crucificado”? (Cantares 8:7-8).

Se um amigo morresse por nós, quão afetados por sua amabilidade seriam os nossos corações! E o Deus da Glória entrega a Sua vida por nós, e nós não seremos afetados pela Sua Benevolência (1 João 10:17-18).  Deveria Saul ficar comovido com a gentileza de Davi por poupar a sua vida (1 Samuel 24:16), e nós não deveríamos ser afetados pela Bondade de Cristo, que salvou nossas vidas, perdendo a sua própria?

Ó, o infinito amor de Cristo, que Ele deixasse o seio de Seu Pai (João 1: 18), e descesse do Céu, para leva-los ao céu (João 14:1-4); que sendo Ele sendo Filho, tomou sobre Si a forma de servo (Filipenses 2: 5-8); para que vocês de escravos fossem feitos filhos, de inimigos fossem feitos amigos, de filhos da ira pudessem ser feitos filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo (Romanos 8:17); que para nos salvar da perdição eterna, Cristo poderia em nada persistir, contudo se dispôs a ser feito carne, para repousar em uma manjedoura, para ser tentado, desamparado, perseguido, e para morrer sobre uma cruz!

Ó, que chamas de amor a Cristo estas coisas deveriam acender em todos os nossos corações! O Amor é comparável ao fogo; amontoando amor sobre nossos inimigos, nós amontoamos brasas vivas sobre a sua cabeça (Romanos 12: 19-20; Provérbios 26:21).  Ora, a propriedade do fogo é tornar em sua própria natureza a tudo o que encontra: o fogo transforma todas as coisas em fogo; a brasa faz queimar as brasas; e, então, não é de se admirar que Cristo, tendo amontoado abundância de brasas ardentes sobre as nossas cabeças, nos ainda sermos tão frios quanto cadáveres em nosso amor a Ele.

Ah! De que triste metal nós somos feitos, para que o Amor Ardente de Cristo não inflame nosso amor a Cristo [Ele]! Moisés maravilhou-se do porque a sarça não se consumia, quando ele a viu em chamas (Êxodo 3:3); mas se vocês desejarem apenas examinar os seus próprios corações, observarão uma maravilha maior, pois verão que, apesar de andarem como os três jovens na fornalha ardente (Daniel 3), mesmo em meio às chamas flamejantes do Amor Ardente de Cristo ao vosso entorno, ainda é tão pequeno, pouquíssimo, o verdadeiro aroma do doce fogo do amor a ser sentido ou encontrado sobre vocês ou em vocês. Ó, quando os sofrimentos do amado e compassivo Salvador acenderão esta chama de amor em seus corações, de forma que ainda seja um clamor em nossos lábios e vidas, em nossas palavras e caminhos, para o louvor e glória da livre Graça?

Ó, que os sofrimentos do amorável Jesus possam, enfim, fazer-nos todos desfalecidos de amor! (Cantares de Salomão 2:5).  Ó, Deixem-nO viver para sempre entre nossos seios (Cantares de Salomão 1:13), Aquele que deixou o seio do Pai por um tempo, para que pudesse ser abraçado por nós para sempre.

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 Notas da tradutora:
[1] Cremalheira: Corrente de ferro com gancho onde se suspende a caldeira sobre o fogo. (dicio.com.br)
[2] São Bábilas de Antioquia foi um bispo de Antioquia entre 237 e 251 d.C. ou entre 240 e 253 d.C. (dependendo da fonte) e que morreu durante a perseguição de Décio, segundo Eusébio de Cesareia (Wikipedia.org)

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♦ Fonte: PuritanSermons.com
♦ Tradução: Camila Rebeca Almeida
♦ Revisão: William Teixeira
Via:http://www.reformaradical.com/2014/05/ame-o-senhor-jesus-cristo-thomas-brooks.html

Maxon Nogueira
Soli Deo Gloria